[ Dia 25-07-2002 ] – CRÓNICA DE OPINIÃO por Manuela Fonseca.

0
Rate this post

Foi numa conversa, na noite que uniu 1979 a 1980, que dois dos fundadores do grupo deram forma à ideia do Arteviva. Este em boa hora nasceu, pouco tempo depois, no dia 9 de Maio de 1980. O referido Jorge Cardoso, João Henrique Oliveira e Horácio Serafim foram os fundadores. A primeira representação, logo nesse ano, foi com a peça A fuga, de Hélder Lobo. Desde esse tempo a Companhia tem confirmado a tradição teatral do Barreiro que, vinda de longe, nem o fascismo conseguiu reprimir.

Sou, há vários anos, espectadora atenta do grupo que nos surpreende, pela positiva, em cada momento que passa. Criou, em 2000, uma Escola de Teatro que dinamiza muitos jovens que emprestam grande frescura ao grupo e acompanham bem os mais antigos, integrados que estão com grande à-vontade, como pudemos testemunhar, em 2001, com O despertar da Primavera, de Joaquim Pedro Ferreira, O menino de Belém, de Manuel Martínez Mediero e, já este ano, Anjinhos, de Rui Zink e (a graça chamada) Jinguba, de Joaquim Pedro Ferreira (trabalho com marionetas), história de um cão com nome de amendoim desaparecido e procurado pelo garoto seu dono. Jinguba que nos levou (aos pequeninos e aos mais velhos, pois claro!) ao mundo do sonho e da magia, imprescindíveis para as crianças poderem vir a ser adultos saudáveis e para estes preservarem a infância que guardam.

Arteviva: com produções próprias e de convidados que traz ao Barreiro. Arteviva – e certamente outros grupos amantes de teatro e que dele não têm compensações materiais – talvez à espera que quem tem responsabilidades na gestão da cultura (não é, senhor Ministro Pedro Roseta?) se lembre deles para os ver e agraciar os melhores. Até lá, como diz Jorge Cardoso – que, há vinte anos, estava com a idade dos que agora acolhe–, “O prémio até hoje recebido é o acompanhamento do público”. Com instalações certas desde 1997, no Teatro Municipal do Barreiro. Também à sua espera, caro(a) leitor(a). Para apreciar Jorge Cardoso, muitas vezes encenador, e os que prosseguem com ele um projecto meritório.