[ Dia 30-07-2002 ] – Greve da Petrogal adiada para Agosto.

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Greve da Petrogal adiada para Agosto

Foi adiada a paralisação de 48 horas dos trabalhadores da Petrogal agendada para hoje (30 de Julho) e amanhã (31 de Julho). As novas datas anunciadas são os dias 8 e 9 de Agosto. O adiamento surge de conversações entre a empresa e os representantes dos trabalhadores em relação à matéria reivindicativa que opõe as duas partes e que parece não ter fim à vista. Segundo José Rosado, representante do Sindicato dos Químicos do Sul, no decorrer destes encontros a empresa tentou “interferir nos direitos legais dos trabalhadores ao tentar bloquear o direito à contratação colectiva e à negociação”.

O sindicalista afirma que a empresa “vai criar” um regulamento de serviços mínimos para a paragem das unidades nos períodos de greve. José Rosado refere ainda que a administração “afirmou que a partir desta altura, apesar de consultar as entidades representativas dos trabalhadores, aplicará somente aquilo que achar conveniente e através de acto de gestão sem que seja negociado”.

Apesar de anteriormente ter afirmado que os trabalhadores “não iriam” recuar e desmarcar qualquer greve sem serem implementadas as suas reivindicações, José Rosado diz que esta “foi mais uma oportunidade” dada à empresa para que fique claro que os trabalhadores “estão de boa fé” em todo este processo e para que o país veja “a pratica danosa” da actual administração, que tem tratado este processo de forma “pouco ética”.

Há vários meses que os trabalhadores querem ver resolvidos os problemas relacionados com a valorização e dignidade profissional, da resolução de injustiças salariais e sociais e da melhoria das condições de trabalho, além de acusarem também a administração da Petrogal de “beneficiar o investimento estrangeiro” em detrimento dos interesses nacionais “destruindo” o aparelho refinador português.

As acusações passam também pela “instauração de um regime de subversão” relativamente aos direitos colectivos dos trabalhadores, nomeadamente relacionados com a destruição de postos de trabalho e da precariezação dos vínculos laborais, no ataque às regalias sociais e à desvalorização profissional e salarial, às discriminações quer em relação à valorização das categorias e funções profissionais quer quanto aos salários e prémios pecuniários. seta-2176047