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Saindo do tecido urbano, o cenário não é menos confrangedor. O Algarve ou o nosso distrito são eloquentes exemplos de como se vandalizam serras, parques naturais e praias, sempre em nome do imparável progresso.
Temos vivido às cavalitas uns dos outros num país onde, como recentemente aconteceu na Assembleia Municipal de Almada, se ousa ridicularizar a proverbial sabedoria do Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles e se entende que os exemplos de internacionais de desenvolvimento de corredores verdes e da agricultura nas área metropolitanas tornar-nos-iam cultivadores de alfaces e tomates.
Há que inflectir urgentemente nas políticas de ordenamento, começando por redefinir o financiamento das autarquias. As receitas municipais não podem mais provir de impostos sobre a construção. Antes, devem fundamentar-se em criteriosas avaliações de desempenho e em exigentes padrões de qualidade urbanística, ambiental e cultural. Como autarca do CDS-PP é a esperança que deposito neste governo, que tem dado suficientes provas de coragem política.
Quando não, ficaremos irreversivelmente um subúrbio à porta de uma Europa que viu crescer cidades extraordinárias e que percebeu o verdadeiro sentido do desenvolvimento sustentado.
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O país que merecemos Em tempo de estio, dei por mim sentado numa fraga de Arrifana a desfrutar a inebriante paisagem natural da Costa Vicentina. É espantosa a beleza de um país que cresceu a contemplar o mar e a desejar dominá-lo. No entanto, ali mesmo ao lado, em Vale da Telha, uma floresta de betão recorda-nos as políticas de ordenamento criminosas a que todos temos assistido. O apetite voraz da construção tem desfigurado o país de norte a sul. Quase metade das receitas ordinárias das câmaras municipais provém deste sector, através da contribuição autárquica e da SISA. Tem sido tudo muito simples: quanto mais se constrói, mais se engorda os orçamentos municipais e mais dinheiro se tem para produzir a obra de fachada com que de quatro em quatro anos se seduz o eleitorado. É uma lógica tão simples que não pode ter passado despercebida aos sucessivos governos que lhe dão o seu beneplácito. |
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