• 12-12-2002 • |
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O urbanismo (dinheiro) é sempre a causa
de todas as polémicas
Nas últimas décadas o Montijo tem sido palco de grandes polémicas, todas elas relacionadas com o urbanismo. Nos últimos anos a Câmara vendeu ou permutou dezenas de lotes para construção que tinham sido cedidos nos loteamentos para equipamentos ou zonas verdes.
Os índices eram esgotados nos loteamentos pelos urbanizadores e depois a Câmara aumentava os índices para conseguir receitas ou fazer obras. Era a Câmara a negociar com os construtores e a hipotecar o futuro de Montijo em relação à nossa qualidade de vida.
Perdemos 10.000 m2 em frente à Escola Secundária Jorge Peixinho, que trocámos pelo arranjo dos exteriores da Escola Ary dos Santos e pelo arranjo da Praça de Sarilhos Grandes. Trocámos 14 lotes pela construção das piscinas.
Houve uma grande polémica já nos anos noventa quando uma estação de abastecimento de combustíveis esteve para ser construída no Bombarral, onde está hoje o jardim, mesmo junto aos prédios.
Também evitámos que uma estação de abastecimento de combustíveis fosse construída no Largo da Atalaia.
Nunca me conformei com estas estratégias, protestei energicamente a política da CDU nesta área e também o que fizeram o PS/PSD.
Os meus adversários achavam que eu tinha mau feitio e que era prepotente só porque defendia o interesse das populações. Alguns dos meus camaradas contestavam-me. O tempo deu-me razão e hoje estou muito acompanhado nas políticas que defendo. Até muitos adversários de ontem estão hoje ao meu lado na defesa da qualidade do urbanismo.
O que já era difícil, com a construção da Ponte Vasco da Gama, ligando Lisboa ao Montijo, tornou-se complicado e a presidente da Câmara resolveu, e bem, não delegar em nenhum vereador o pelouro do urbanismo neste mandato.
A vereadora Honorina Silvestre, que teve este pelouro no mandato anterior, não se conformou com a decisão da presidente e, numa atitude que considero insensata, resolveu desastibilizar o partido, vitimizando-se da decisão.
A polémica estalou, e com mais força do que as anteriores, ao ponto de terem andado a angariar pseudo-socialistas, numa empresa de construção bem conhecida no Montijo, para tentarem o assalto ao poder no PS de Montijo.
O país inteiro sabe disto, pois o director do jornal “Público” considerou de extrema importância este assunto, que foi manchete, no dia 7 de Dezembro, deste importante semanário, com o titulo “Adesão em massa ao PS de funcionários de construtora abre guerra no Partido” – “Dezenas de empregados de uma empresa de construção civil filiaram-se em simultâneo no PS do Montijo e presidente da autarquia diz que se trata de ‘um verdadeiro assalto ao PS local’”.
As populações do país interessadas nos problemas do urbanismo e do ambiente estão com os olhos postos em nós. Daquilo que formos capazes de fazer nesta altura, muito dependerá o nosso futuro e o das populações da nossa região.
Contém sempre com o meu combate político, ao lado daqueles que defendem a causa pública e as políticas sérias e honestas.