PS do Montijo apresenta queixa
contra vereadora Honorina
O presidente da Concelhia do Partido Socialista do Montijo vai apresentar na próxima semana uma queixa contra a vereadora Honorina Silvestre ao Concelho Jurisdicional do partido. Em causa está a chegada em massa de propostas de filiação ao partido, “sete das quais assinadas por Honorina Silvestre”, afirma José Bastos. Uma “tentativa de controlar o partido” que é considerada também, pelo presidente da concelhia, “uma tentativa com contornos mafiosos”.
O presidente da concelhia diz que esta queixa baseia-se também em “conspirações feitas pela vereadora, quando lhe foi retirada a confiança politica, através de reuniões feitas com funcionários da Câmara, militantes do partido mas também com inimigos do partido”, revela José Bastos. Em causa está também em causa “processos urbanísticos confidenciais”.
No passado mês de Setembro chegaram à concelhia do Montijo 50 fichas de inscrição vindas da sede central do PS, sendo que 31 das quais eram propostas por pessoas de Lisboa e “não mencionavam ao nome da empresa onde trabalham os candidatos”, revela José Bastos. Foram feitas averiguações para se perceber de onde eram as pessoas e foi descoberto que “14 delas eram bastante conhecidos no Montijo e que todas elas pertenciam à empresa Montiterras”, propriedade de Emídio Catum.
Todos estes candidatos exercem cargos de chefes de serviços, encarregados e funcionários administrativos. As restantes propostas pertencem a serventes, pedreiros e electricistas também da Montiterras. De acordo com José Bastos esta é uma manobra de Honorina Silvestre e do proprietário da empresa para “se apoderarem do Partido Socialista no Montijo”. A angariação dos candidatos foi desenvolvida, segundo José Bastos, por Honorina Silvestre e Filomena Sampaio, outra militante do Partido Socialista, que “propuseram estas pessoas como candidatos sem as conhecerem”, revela o presidente da concelhia.
As propostas acabaram por ser rejeitadas pela concelhia mas, de acordo com Alberto Antunes, presidente da Federação Distrital de Setúbal do PS, “não havia razão para tal”, uma vez que, “as pessoas são livres de entrarem no partido”. Este responsável afirma que “as fichas de inscrição só devem ser rejeitadas quando existe alguma coisa de ordem objectiva que ponham em causa a entrada de militantes no partido”. Uma resposta que não é bem aceite por José Bastos que afirma não poder garantir que “Alberto Antunes está também envolvido no caso” mas, o presidente da concelhia afirma que “tudo leva a crer que sim”.
Quando questionado sobre a hipótese de esta ser uma manobra de algumas pessoas para se apoderarem do PS no Montijo, Alberto Antunes acha que isso “é impossível” e que “não são 30 ou 40 pessoas que vão tomar o partido”. Alberto Antunes acredita que os militantes se “organizam e juntam para debater interesses colectivos”, mas admite que possa haver “uma ou duas pessoas que tenham interesses particulares”. José Bastos também não é da opinião que estas pessoas não possam controlar o partido pois foram apresentadas 50 propostas e afirma que “mais 30 vão ser ainda entregues por Honorina Silvestre”.
José Bastos repugnante esta manobra de tentar controlar o partido e espera que o Concelho Jurisdicional do Partido Socialista “penalize quem merece”, depois de averiguar o caso. 