BE quer que deputados municipais
votem contra Nova Setúbal
O Bloco de Esquerda fez, ontem, um apelo aos deputados municipais para que “inviabilizem o projecto Nova Setúbal”. De acordo com Albérico Afonso, os deputados “ainda o podem fazer”, pois o projecto tem ainda que ir a aprovação na Assembleia Municipal. O Bloco de Esquerda de Setúbal assume-se como “a única força politica que está contra este projecto”, já que “todos os vereadores da Câmara votaram a favor da Nova Setúbal”.
Segundo Albérico Afonso, este projecto vem “trazer muitos problemas a Setúbal”. Este membro do Bloco de Esquerda lembrou que a Nova Setúbal vai ser construída num espaço de floresta de sobro, onde foram “destruídos dois mil sobreiros”. Do ponto de vista urbano, Albérico Afonso refere que, com este projecto, Setúbal “vai crescer acima das suas possibilidades” e que vai agravar, ainda mais, “os problemas de higiene e segurança que já existem”. O comércio de toda a baixa setubalense “irá também sofrer com este projecto”, na medida em que, irá também “trazer um grande centro comercial”, afirma Albérico Afonso adiantando que também há um problema de “ética”, no que diz respeito, “ao casamento que existe entre os sectores imobiliário, político e futebolístico”.
Albérico Afonso afirma ainda que, o presidente da autarquia sadina “aparece como um clone de Mata Cáceres”, pois “não tem trazido nada de novo nem de diferente” e que a aprovação tanto da Nova Setúbal como da Brejeira Norte, devem constituir “uma preocupação para todos aqueles que votaram em Carlos de Sousa”. Também Henrique Guerreiro, membro do Bloco de Esquerda, afirma que, estes dois empreendimentos, “vão tornar Setúbal numa enorme nuvem de betão”.
Os membros do Bloco de Esquerda garantem que, o projecto Nova Setúbal vai “tornar Setúbal numa cidade dormitória de Palmela e Lisboa”. Apesar de se assumirem com a única força politica de Setúbal que está realmente contra o empreendimento, Henrique Guerreiro afirma que não estão sozinhos, pois ao debate que decorreu na Biblioteca Municipal, organizado pela Universidade Popular, “compareceram muitos deputados municipais, membros da assembleia municipal e também o mandatário do presidente da autarquia”.
Henrique Guerreiro afirma que, o Vitória Futebol Clube “é um marco da cidade”, mas refere que este “não pode ser usado pelos agentes económicos, políticos e imobiliários”. Este membro do partido considera “um embuste” que a acta da discussão que decorreu no Luísa Todi, “não faça parte dos resultados da consulta pública”. Por notarem que há muitos deputados municipais contra estes projectos, o Bloco de Esquerda pede que “votem contra na próxima assembleia” de forma, a “mostrarem a sua indignidade” para com este projecto, que “dentro dos próximos dez anos vai trazer mais 25 a 30 mil habitantes”.
Albérico Afonso refere ainda que é intenção do partido “promover reuniões com todas as forças vivas da cidade” de maneira, a “demonstrar a preocupação que todos têm sobre o projecto”. Este membro do Bloco de Esquerda diz ainda que, o próprio Governo “tem que pensar numa lei aprovada à pressa” e que por isso, refere, “é motivo para uma reflexão”. 