[ Dia 27-01-2003 ] – Sadinos sofrem derrota injusta ao cair do pano.

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O Vitória de Setúbal perdeu por 0-1 frente ao Gil Vicente, com o golo adversário a acontecer já em tempo de compensação. Embora se tenha pedido fora-de-jogo, o golo foi validado, o que não aconteceu com um golo ‘limpo’ de Rui Miguel, aos 88 minutos. No final da partida o técnico e presidente sadinos, não deixaram de mostrar o seu desagrado sobre a arbitragem.

Árbitro: Jacinto Paixão

Vitória Futebol Clube: Pedro Espinha; Nelson; Hugo Costa; Hugo Alcântara; Nelson Veiga; Sandro; Hélio (Cap.); Cândido Costa; Rui Lima; Pascal; Hugo Henrique.

Treinador: Luís Campos

Alinharam ainda pelo VFC: ao intervalo saiu Pascal e entrou Jean Paulista; aos 58 minutos saiu Cândido Costa e entrou Rui Miguel; aos 73 minutos saiu Nelson e entrou Vasco Matos.

Disciplina: amarelo aos 1 minutos para Pascal; aos 90 minutos para Rui Miguel.

Gil Vicente: Paulo Jorge; Geraldo; Nunes; Gaspar; Nuno Amaro; Luís Coentrão; Braima; Casquilha (Cap.); Marco Nuno; Nandinho; Paulo Alves.

Treinador: Vítor Oliveira

Alinharam ainda pelo Gil Vicente: aos 63 minutos saíram Marco Nuno e Paulo Alves e entraram Duah e Manoel; aos 87 minutos saiu Nandinho e entrou Bito’o.

Disciplina: amarelo aos 45 minutos para Paulo Jorge; aos 52 minutos para Nunes; aos 60 minutos para Marco Nuno.

Golos:

0-1 aos 92 minutos por Manoel, que isolado rematou cruzado e  rasteiro para o golo.

O Vitória recebeu o Gil Vicente, no primeiro jogo em casa da segunda volta da SuperLiga, e saiu derrotado por 0-1. Relembro que na primeira volta os sadinos não conseguiram qualquer vitória no seu recinto. O Vitória depois de um bom arranque de campeonato, começou a baixar na tabela classificativa, encontrando-se actualmente na zona de despromoção. Um triunfo afigurava-se fundamental para quebrar o ciclo sem ganhar em casa e para subir na classificação, mas um golo mal anulado a Rui Miguel perto do fim do jogo e já depois da hora o Gil Vicente conseguiu chegar ao triunfo.

Os setubalenses entraram a todo o gás, no intuito de remeter o Gil Vicente para a sua defensiva e, tentar marcar o golo ainda nos primeiros vinte minutos de jogo. O ponta-de-lança sadino Hugo Henrique, de volta à titularidade, esteve em destaque com alguns pormenores técnicos de qualidade e oportunidades de golo que poderiam ter surtido efeito, depois de trabalho, quase sempre, dos alas sadinos, Rui Lima e Cândido Costa.

O Gil Vicente sempre defensivo e na busca do contra-ataque, conseguiu ‘sacudir’ um pouco a pressão. No entanto, não conseguiam ser realmente ameaçadores para a baliza dos homens da casa, sendo que o lance mais perigoso resultou de um remate de Paulo Alves à entrada da área, que falhou o alvo por pouco.

Perto da meia-hora, o recém sadino Pascal, em boa posição na área contrária, atrapalhou-se e desperdiçou uma boa ocasião, depois de jogada de insistência, na direita, por Sandro. Quem ainda tentou a sua sorte, mas de fora da área foi o central Hugo Alcântara que deferiu um forte remate, que passou a rasar o poste da baliza defendida por Paulo Jorge, guardião gilista.

Durante o primeiro tempo, o Vitória de Setúbal foi claramente superior. Procurou e conseguiu jogar pelas linhas, faltando essencialmente poder de concretização, a grande lacuna sadina esta temporada, para marcar o golo que teria sido justo pelo trabalho desenvolvido no relvado do Bonfim.

Ao intervalo, saiu Pascal e entrou para o seu lugar Jean Paulista, que logo na reentrada cruzou para o segundo poste, onde Cândido Costa, de primeira, levou a bola às malhas laterais, deixando no ar um suspiro de golo.

O Vitória entrou novamente a dominar o jogo e a conseguir cruzamentos, mas com menos frequência que no primeiro tempo. O técnico sadino, Luís Campos, não demorou muito mais para fazer entrar Rui Miguel, para o lugar de Cândido Costa, e assim a sua equipa passou a ter maior poder de choque e maior capacidade no jogo aéreo. Os sadinos passaram a jogar com Jean Paulista e Rui Lima nos extremos e com dois homens na área, Rui Miguel e Hugo Henrique.

Aos 70 minutos, a estratégia só não deu resultado porque Hugo Henrique, sozinho e em excelente posição, rematou à figura do guarda-redes Paulo Jorge, após jogada de Jean Paulista pela esquerda.

Com o aproximar do fim do jogo, os homens de Barcelos começaram a arriscar mais no contra-ataque e a acreditar que podiam ganhar o jogo. Vítor Oliveira, treinador do Gil Vicente, lançou Duah e Manoel, dois jogadores rápidos, e estes criaram algumas situações de aflição para a baliza de Pedro Espinha, obrigando a defesa sadina a redobrada atenção.

Os sadinos nunca desistiram de tentar o golo e só por mera infelicidade não o alcançou e viu um golo ser mal anulado por um pretenso fora-de-jogo a Rui Miguel, aos 88 minutos. Já depois da hora, o Gil Vicente chegou ao golo da vitória por Manoel, e assim levou os três pontos de Setúbal com muita felicidade e com travo a injustiça.

O técnico Vítor Oliveira, treinador do Gil Vicente, não escondeu que teve “felicidade” e que o resultado foi “penalizante” para os homens da casa. Enalteceu toda a sua equipa que em entender “bateu-se com muita coragem”.

O treinador sadino, Luís Campos, referiu que o Vitória de Setúbal foi “espoliado de três pontos”, pois o golo anulado a Rui Miguel “foi limpo”. O técnico disse que iria “colocar o seu lugar à disposição da direcção” e que “iria pensar se vale a pena continuar no futebol”.

O presidente do clube, Jorge Goes, ao saber da intenção do treinador, não quis deixar de salientar a “seriedade e honradez deste profissional” e que iria “reflectir a actual situação”. No seu entender o que se passou foi “inadmissível”, sendo o golo do Vitória “absolutamente limpo”, deixando uma palavra de “profunda indignação” perante o que se passou.

O destaque no Vitória de Setúbal

Hugo Alcântara, o sadino foi sempre um pilar na sua defensiva e sempre que pode foi tentar a sua sorte no ataque, por diversas vezes ensaiou o seu forte pontapé. Tentou sempre sair com a bola controlada e ainda fez bons lançamentos longos para os seus colegas.  seta-1506050