CRÓNICA DE OPINIÃO
por José Bastos
(Presidente da Concelhia de Montijo do PS)
A vida interna do PS de Montijo
O Partido Socialista de Montijo não tem só responsabilidades perante os militantes, tem também que dar satisfações públicas aos eleitores do concelho, que têm votado maioritariamente no PS, em todas as eleições na última década.
Por isso, há já algum tempo escrevi um texto, que está incluído no Livro que publiquei em Julho passado, em que, entre outras coisas, dizia o seguinte: “Há momentos na vida das cidades, dos clubes desportivos, das associações recreativas, das famílias, dos partidos políticos e da sociedade civil em geral, que as coisas correm bem. É o que está a acontecer no Partido Socialista do Montijo. E disso está a beneficiar o desenvolvimento sustentável do concelho.”
Era de facto assim quando escrevi este texto. Mas hoje as coisas já não se passam da mesma maneira, dado que existem divergências que têm a ver com a ex-Vice-Presidente de Câmara, Honorina Silvestre, a quem a Presidente da Câmara, Maria Amélia Antunes, retirou os pelouros por falta de confiança política. A Vereadora nunca se conformou que a Presidente nunca lhe tivesse entregue o Pelouro do Urbanismo no início deste mandato e a partir daí tentou, por todos os meios ao seu alcance, destabilizar o Partido, sem o conseguir, até porque não era o momento próprio, tínhamos acabado de obter uma vitória histórica, a maior maioria de sempre e estávamos a um ano das eleições para a Concelhia.
Existe de facto uma divergência, que não pretendemos sequer esconder, mas a situação está muito longe de ser explosiva como alguns órgãos de Comunicação Social e a própria Vereadora Honorina Silvestre pretendem fazer crer. O grupo que contesta a liderança é muito minoritário no PS de Montijo e a prová-lo está o facto de, nas últimas eleições para delegados ao Congresso Nacional, realizadas no passado sábado, dia 26 de Outubro, na Secção de Montijo, terem concorrido duas listas e a Lista A, encabeçada pela Presidente da Câmara, Maria Amélia Antunes, representativa da maioria política existente no PS de Montijo, ter obtido 85% dos votos expressos, ficando a Lista B, da corrente minoritária, com os restantes 15%. Aliás, os quatro delegados a que a Secção de Montijo tem direito foram todos para a Lista A e a Lista B não conseguiu um único delegado.
O Partido Socialista é um Partido plural, onde não é possível pôr todos os militantes de acordo, há sempre pequenas minorias que se opõem às maiorias. E a maioria obter 85% é um resultado histórico extraordinário, percentagem que nem o Dr. Mário Soares conseguiu nos seus melhores tempos, na presença de duas listas.
As divergências nas concelhias do PS são dirimidas com eleições nas secções e não com queixas ao Secretário-Geral. Tenho uma larga experiência de combate político, noutras épocas em que também se queixaram ao Secretário-Geral mas sem quaisquer resultados práticos. Somos responsáveis em cada concelhia e não precisamos que nos venham ajudar a resolver os nossos problemas que, por acaso, até não têm qualquer gravidade.
Acredito sempre naquele ditado do povo que diz: “Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera”.