Faróis da costa portuguesa abrem as portas ao público
Dezoito faróis da costa portuguesa vão abrir as portas ao público, todas as sextas-feiras e sábados, entre Agosto e Setembro. A segunda edição da iniciativa “Ciência Viva nos Faróis 2003” arrancou no dia 29 de Julho, no farol do Cabo Espichel, em Sesimbra, com a presença do ministro da Ciência e da Tecnologia, Pedro Lynce. Na sessão de inauguração foi apresentado o livro “Faróis de Portugal”, que descreve a história e evolução técnica de 50 faróis da costa portuguesa.
Com este projecto pretende-se “ensinar às pessoas a ciência que está presente nos faróis”, refere Rosália Vargas, directora da iniciativa Ciência Viva. Nas visitas guiadas aos faróis os especialistas informam os visitantes sobre a história do farol e só depois se efectua a subida ao mesmo. Rosália Vargas refere que os faróis são um “património importante” que tem que ser “aproximado” da população e salienta o sucesso da edição do ano passado, com a visita de milhares de portugueses aos faróis.
Manuel Amaral Ferreira, director nacional dos Faróis, que participou na concepção e pesquisa do livro “Faróis de Portugal”, disse ao “Setúbal na Rede” que este é um livro “interessante para quem se passeia junto à costa portuguesa” e queira saber mais sobre a história e evolução dos faróis. Para Amaral Ferreira, os faróis fazem parte do “imaginário” das pessoas e o seu posicionamento em locais isolados torna-os alvo da curiosidade dos turistas. Os faroleiros são, para o director dos faróis, “admirados” por serem os vigilantes que, durante a noite, estão alerta e “avisam o navegante dos perigos”, impedindo desta maneira acidentes e naufrágios.
Na obra, de 110 páginas, o leitor fica a saber, por exemplo, que o primeiro farol português foi o de Nossa Senhora da Luz, a norte da barra do Rio Douro, que data de 1761. Fica também a conhecer a evolução da técnica nos faróis, com o progresso da electricidade e electrónica e como funcionam as estações que utilizam o sistema de navegação por satélite.
José Reis é faroleiro há 20 anos, quatro deles no Cabo Espichel, onde é responsável pela “manutenção, vigilância, segurança, conservação e limpeza deste farol”, como explica ao “Setúbal na Rede”. O faroleiro considera esta profissão “dura”, principalmente devido às transferências de posto que acontecem de quatro em quatro anos e que os leva para “muito longe” da família e das pessoas que conhecem.
“Os faróis dão uma ideia de segurança”, refere Pedro Lynce, ministro da Ciência e Ensino Superior. Pedro Lynce disse ao “Setubal na Rede” que este projecto é apenas “um dos muitos da Ciência Viva” e que tem como objectivo geral aprender em férias. É um projecto com vista à ocupação dos tempos livres, perceptível por todos. “Uma boa maneira de acabar uma tarde de praia”, recomendou o ministro.
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