Concentração de Ozono ultrapassa limite em Setúbal
As concentrações de ozono nos concelhos de Setúbal, Barreiro e Seixal ultrapassaram quarta-feira o limite considerado de risco para a saúde de crianças, jovens, idosos e pessoas com doenças respiratórias. No concelho de Setúbal, a estação de Arcos, registou um valor máximo de 205.5 microgramas de ozono por metro cúbico, enquanto no Barreiro, a estação do Hospital Velho chegou aos 203 microgramas, e no concelho de Seixal, em Paio Pires, registou-se 187. Valores ainda assim mais baixos do que aqueles que tinham sido registados na terça-feira, e que obrigam as Direcções Regionais do Ambiente a prestar uma informação ao público.
O ozono é um poluente que se forma a partir da acumulação de outros poluentes, combinados com uma radiação solar mais intensa e pouco vento. Nos valores observados em Setúbal, Barreiro e Seixal, o ozono – que afecta essencialmente as mucosas oculares e respiratórias – “pode provocar efeitos em grupos mais sensíveis”, como crianças, idosos, grávidas, asmáticos ou alérgicos e indivíduos com doenças respiratórias ou cardíacos, “e que se traduzem em dificuldades respiratórias, tosse, dores de cabeça e no peito, e irritações oculares”, disse ao “Setúbal na Rede” Luísa Nogueira, da Direcção Regional do Ambiente de Lisboa e Vale do Tejo.
Quando as concentrações de ozono são superiores a 180 microgramas por metro cúbico (mg/m3), as Direcções Regionais do Ambiente são obrigadas a prestar uma informação ao público, “que foi feita no próprio dia (quarta-feira) através dos vários órgão de Comunicação Social”, garantiu Luísa Nogueira. De modo a minimizar os efeitos da concentração excessiva de ozono, “aconselha-se as pessoas incluídas nos grupos de risco a permanecerem em casa e a não desenvolverem muita actividade física”, disse ainda Luísa Nogueira.
Para José Paulo Martins, dirigente da Associação Ambientalista Quercus, “não basta apenas aconselhar as pessoas” a protegerem-se dos efeitos da concentração de ozono, mas também “informá-las que podem ajudar a minimizar esses efeitos”. Um dos maiores responsáveis pela formação de ozono é a poluição causada pelos gases libertados pelos automóveis, “por isso com a limitação do tráfego, poderia reduzir-se estes valores”, refere o dirigente da Quercus.
Nesse sentido, José Paulo Martins considera que “as autarquias devem ter um papel importante”, através da realização de campanhas que “incentivem as pessoas a utilizar o transporte público e a deixar o carro em casa”, o que seria um grande contributo para reduzir a poluição atmosférica. O dirigente da Quercus adianta que “é preciso que as pessoas sejam informadas do que é o ozono”, um poluente, que em concentrações acima dos valores normais pode ter efeitos na saúde de grupos de risco, “para as pessoas não confundirem, como é feito várias vezes, com a camada de ozono”, que não provoca problemas, mas sim protege as pessoas dos efeitos dos raios ultravioleta.