PSD quer reatar debate
sobre urbanização da Brejoeira Norte
O PSD exige respostas sobre o ponto de situação do Plano de Pormenor da Brejoeira Norte, e entende que “está na altura de se voltar a falar no assunto”, declarou Fernando Monteiro, presidente do núcleo de Azeitão do PSD ao “Setúbal na Rede”. “A falta de limpeza nas ruas das freguesias de São Lourenço e São Simão”, bem como o “atraso no início das aulas na Escola Básica de Vila Fresca de Azeitão”, são também preocupações demonstradas pelos sociais-democratas.
O Plano de Pormenor da Brejoeira Norte está suspenso há alguns meses, devido à polémica que se gerou em torno da eventual construção de uma mega-urbanização, que prevê um total de 1.900 fogos para 6.000 habitantes. “O plano deverá estar a ser reavaliado”, diz Fernando Monteiro e o PSD receia que as alterações que possam vir a ser efectuadas não sejam suficientes para modificar o que consideram ser uma “proposta de urbanização de má qualidade”.
As principais críticas dos sociais-democratas apontam para a “área excessiva” destinada à construção, pois em 80 hectares, 95% são destinados a edificação de fogos. De acordo com Fernando Monteiro, esta situação vai gerar uma “densidade populacional muito elevada, que não é característica daquela zona”, com os problemas que daí advêm. Para além de poder “provocar vários problemas rodoviários”, ao não prever nenhuma alternativa à Estrada Nacional 10, a urbanização da Brejoeira Norte, ao albergar mais 6.000 habitantes, poderá representar um “caos absoluto” no abastecimento de água e energia eléctrica, causando igualmente problemas de limpeza.
Fernando Monteiro refere ainda que, “numa área onde já há tanta necessidade de espaços verdes, não se justifica a construção de mais uma urbanização”, para além do facto de o aumento de habitantes, poder agravar os problemas do já “insuficiente sistema de saúde de Azeitão”. Mas não é só o Plano de Pormenor da Brejoeira Norte que está no centro das críticas do PSD, pois a “falta de limpeza em Azeitão e o atraso na abertura da escola básica” também preocupam os sociais-democratas.
Fernando Monteiro alerta para o facto de os alunos de Azeitão só poderem começar as aulas no dia 6 de Outubro, quando no resto do país já começaram no dia 15 de Setembro, devido ao atraso nas obras de recuperação da Escola de Vila Fresca que vai ser reactivada este ano. “No próximo ano lectivo é preciso começar a trabalhar mais cedo”, avisa Fernando Monteiro, para que esta situação não se volte a repetir.
“O problema do lixo tem-se vindo a arrastar eternamente”, refere Fernando Monteiro, para quem a Câmara de Setúbal e as Juntas de Freguesia “não têm conseguido dar a resposta necessária a este problema”. “A recolha é feita durante o dia, ao contrário de outras freguesias”, e existem ruas que “estão há mais de dois anos sem serem limpas”, o que é “inaceitável na zona mais turística do concelho de Setúbal”. Por isso, o PSD está a ponderar desenvolver acções para alertar o poder local e “pressionar no sentido de por cobro a estas situações”.
No entanto, para a presidente da Junta de Freguesia de S. Simão, Celestina Neves, “não se pode colocar tudo dentro do mesmo saco”, uma vez que, muitas vezes, confundem-se as ruas das freguesias de S. Simão e S. Lourenço, e “neste caso o PSD não sabe distinguir os limites das freguesias”. Isto porque, segundo Celestina Neves “o problema da falta de limpeza não existe em S. Simão”, pois as ruas desta freguesia “estão bem limpas”.
Celestina Neves nega também responsabilidades no atraso da abertura da Escola Básica de Vila Fresca de Azeitão, apontando o dedo ao Ministério da Educação “que só em Junho” revelou que os alunos condicionais – crianças que completam os seis anos de idades entre 15 de Setembro e 31 de Dezembro, e que no mesmo ano têm de esperar por vagas para ingressarem na escola – iriam também começar as aulas em Setembro. Celestina Neves avisa que o Ministério da Educação “tem de clarificar melhor os critérios”, para que “o poder local possa agir atempadamente”, o que “não aconteceu neste caso”, refere.
O “Setúbal na Rede”tentou contactar o presidente da Junta de Freguesia de S. Lourenço, Henrique Gonçalves, mas até ao momento não foi possível.