[ Dia 24-09-2003 ] -Solução à vista no Hospital de S. Bernardo.

0
Rate this post

Solução à vista no Hospital de S. Bernardo A administração do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, promete “desenvolver todos os esforços junto do Ministério da Saúde”, no sentido de pagar, até ao final do ano, todos os retroactivos aos médicos do Serviço de Urgência, disse ao “Setúbal na Rede”, Joaquim Gonçalves, do Conselho de Administração (CA) do hospital. Este serviço esteve em risco de ruptura no passado fim-de-semana, devido à greve em curso desde o dia 6 de Setembro. No entanto, devido ao entendimento entre os médicos e Conselho de Administração, tudo correu dentro da normalidade. Por enquanto a greve continua, mas pode terminar esta quinta-feira.

O acordo foi conseguido sábado à noite, quando o Serviço de Urgência se preparava para fechar portas às 21 horas e só abriria à 9 horas de segunda-feira por falta de médicos, pois os médicos de serviço já tinham cumprido as 24 horas de serviço mínimo, como dita a lei. O Serviço de Urgência não encerrou, como chegou a ser previsto pelo Sindicato, e aos poucos os médicos vão regressando ao trabalho normal. No entanto, a greve vai continuar, pelo menos até quinta-feira, altura em que haverá uma reunião entre médicos para decidir o que fazer, e também uma reunião entre o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Conselho de Administração (CA) “para acertar pormenores”, disse o secretário-geral do SIM ao “Setúbal na Rede”.

Carlos Arroz acredita que, “finalmente, a lei vai ser cumprida”, pois “há um compromisso por escrito por parte do Conselho de Administração do Hospital de S. Bernardo”, de que vai pagar os retroactivos das horas extraordinárias, entre Julho de 2000 e Dezembro de 2002, e também das horas realizadas já em 2003, aos médicos que cumprem um horário completo de 35 horas. No entanto, Carlos Arroz refere que “faltam ainda acertar alguns pormenores”, nomeadamente, o sindicato quer saber “como é que a administração do hospital vai pagar as dívidas aos médicos”, pois, de acordo com o secretário-geral do SIM, “o CA do S. Bernardo não tem esse dinheiro”. Por isso, entende que o Ministério da Saúde “terá também de assumir o compromisso”.

No entanto, Joaquim Gonçalves, do CA do Hospital de S. Bernardo, salienta que a administração “não se comprometeu em efectuar o pagamento das dívidas aos médicos”, mas escreveu apenas uma “carta de intenção”, na qual garante que “vai diligenciar junto do Ministério da Saúde para que a situação seja resolvida o mais depressa possível”. O documento terá agora de ser apreciado pelo Ministro da Saúde, e vai ser avaliado quinta-feira na reunião com o Sindicato Independente dos Médicos. Joaquim Gonçalves confirma que a greve continua, “mas o trabalho já está a regressar à normalidade”. No entanto, salienta que a adesão ao protesto “foi muito baixa, entre os 15% e os 19%”, registando-se, contudo, uma “maior preocupação com o Serviço de Urgências”, que esteve muitas vezes em risco de encerrar.

Cristina Pinho, delegada do SIM, disse ao “Setúbal na Rede” que “continua em greve”, bem como os outros médicos do hospital, até que “sejam dadas garantias, por parte do Conselho de Administração e do Ministro da saúde, de que vão ser pagos os retroactivos”. Os médicos reúnem na quinta-feira “para decidir qual o caminho a dar à greve”, que esteve prevista durar até ao dia 26 de Setembro, mas que foi depois prolongada por mais três semanas. Os médicos aguardam também pela reunião entre o sindicato e a administração do hospital, quinta-feira, para uma decisão quanto ao futuro. seta-8879870