[ Dia 11-12-2003 ] – PCP “chumba” estado da saúde no distrito.

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PCP “chumba” estado da saúde no distrito

Mais de 165 mil pessoas no distrito de Setúbal não têm médico de família, naquela que é “a pior situação do país nesta matéria, correspondendo a um défice de 111 médicos de Medicina Geral e Familiar”. Estes são dados da Sub-Região de Saúde de Setúbal, que foram apresentados pela Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) do Partido Comunista Português, sobre a situação da saúde na Península.

De acordo com um membro da comissão nacional para as questões de saúde, Joaquim Judas, “o problema não é uniforme em todo o distrito, sendo o concelho do Seixal o pior do país”. Por isso, o PCP apresentou, ontem, na Assembleia da República algumas propostas que consideram “importantes” sobre a política de saúde para o distrito.

No Litoral Alentejano “o maior problema é a falta de pessoal”, tendo em conta que em Sines “a falta de equipamentos também é um problema grave”, disse Joaquim Judas. O distrito de Setúbal caracteriza-se por um rápido crescimento demográfico, e, para acompanhar esse crescimento “é necessário garantir uma melhor prestação de cuidados de saúde no distrito”. Desde há muito tempo, a população e as autarquias “têm vindo a alertar para este problema”, e exigem medidas urgentes para a sua resolução, já que, segundo acusa o PCP, o Governo “nada tem feito nesse sentido”.

De acordo com Joaquim Judas, “existe um desequilíbrio na distribuição dos médicos pelo país”, e é necessário “criar melhores condições para quem já trabalha”, e garantir “condições de formação para quem possa vir trabalhar” no distrito de Setúbal. O PCP já tinha apresentado uma proposta para a criação no distrito de uma faculdade pública de medicina, que “consideram ter uma grande importância” para o melhoramento da prestação de cuidados de saúde.

A curto prazo, o PCP propõe ao governo a implementação de um “Plano de Emergência”. A “redução dos custos dos medicamentos e das taxas moderadoras”, são alguns dos serviços que o Partido Comunista “considera necessários” para o acesso dos utentes a uma melhor qualidade nos serviços de saúde. Outras medidas apresentadas são “a abertura das instalações de centros, extensões de saúde, contratação de pessoal e equipamento qualificado”, principalmente em Palmela, no Miratejo e no Vale da Amoreira. Também é necessário tentar “fazer melhoramentos em alguns centros de saúde”, como o da Quinta do Conde e o de Sesimbra. Conseguir “satisfazer as necessidades” de médicos de família, enfermeiros, pessoal administrativo e auxiliar nos centros são outras das medidas do Plano de Emergência proposto pelo PCP.

Segundo os dados da Sub-Região de Saúde, em 1999 Setúbal era o distrito que ocupava o segundo lugar, a nível nacional, em relação à taxa de mortalidade pela idade, de acordo com a residência e o sexo. Em 2000, a taxa de mortalidade Perinatal era cerca de 12 por cento. Esta disparidade “tem de ser rapidamente corrigida”, disse Joaquim Judas.

Os deputados do Partido Comunista eleitos pelo Distrito de Setúbal e as organizações do partido conseguiram estes dados através de contactos com as populações, com as comissões de utentes da Saúde e os diversos serviços de saúde. Destes contactos resultaram a apresentação de 30 requerimentos ao Governo sobre as diversas matérias que “preocupam os comunistas no distrito”. seta-3330620