Explosão na Lisnave faz 1 morto
Uma explosão no tanque central de um petroleiro atracado nos estaleiros da Lisnave, em Setúbal, fez hoje um morto e nove feridos, três com gravidade. Os primeiros indícios apontam para que o rebentamento tenha acontecido devido a trabalhos de soldadura a bordo do navio, embora segundo Umberto Bandeira, da administração da Lisnave, ainda seja “cedo para apurar as causas”, e garante que “foram tomadas todas as medidas de segurança”.
O morto, de nacionalidade filipina, era tripulante do navio. De entre os três feridos graves, está um bombeiro da empresa Lisnave. Os feridos graves, que apresentavam várias queimaduras, foram retirados do local e transportados para os Hospitais do Barreiro e de Santa Maria, em Lisboa, onde tiveram de ser reanimados. Os outros cinco feridos permaneceram algum tempo desaparecidos no interior da embarcação, mas já foram encontrados e transportados para o Hospital de Setúbal. Estes apresentavam queimaduras de 1º e 2º graus. No estaleiro da Lisnave estiveram mais de dez ambulâncias e um helicóptero do INEM.
A explosão deu-se cerca das 11h30 no petroleiro Gerês da Soponata, que se encontrava em reparação. Na altura, estavam a decorrer os trabalhos finais de Caldeiraria, pela Palomital – Metalomecânica, empresa subcontratada para a prestação deste serviço, conforme informou por escrito ao “Setúbal na Rede” a empresa Lisnave. A explosão, seguida de incêndio, teve origem no tanque central, onde é armazenado o combustível.
João Ribeiro, comandante dos Bombeiros Sapadores de Setúbal, disse que o incêndio “foi difícil de controlar devido ao calor e ao fumo”, e também foi “complicado” localizar as vítimas no porão. De acordo com José Luís Bucho, coordenador do Serviço de Protecção Civil Municipal de Setúbal, o “incêndio já está controlado” e, devido ao “excelente” trabalho, “conseguiu-se circunscrever o sinistro apenas àquela zona”.
Segundo Fernando Parreira, da Comissão de Trabalhadores da Lisnave, “a reparação estava a decorrer com normalidade” e o tanque “tinha sido fiscalizado pelos químicos e técnicos”. A empresa vai agora elaborar um inquérito, que ainda não tem data de conclusão prevista. O navio é propriedade da Soponata e foi construído em 1989.