ASSENTO PARLAMENTAR
por João Titta Mauricio
(Vice-Presidente da Comissão Política Distrital
do CDS-PP/Setúbal)
Intolerâncias
Estes tempos que vivemos recordam-me tristes memórias da nossa história recente, pois de novo a esquerda dá mostras da sua intolerância e da sua manifesta incapacidade de conviver com as regras da democracia representativa e parlamentar.
O cerco do parlamento e o sequestro dos deputados constituintes, perpetrado em 1975 pelos sindicatos controlados pelo PCP, encerra em si o mesmo grau de cegueira perante a realidade, de crença numa verdade que contra todos se deve impor, mesmo quando estão em clara minoria. Como é possível que alguém queira viver em Democracia e se afirme democrata e organize manifestações e tristes espectáculos como as que, uma vez mais, ocorreram no parlamento, onde meia dúzia de arruaceiros, não respeitando a vontade da maioria, invadem o espaço sagrado da democracia. E não digam que aquela foi uma manifestação de Liberdade. Antes foi uma manifestação de pura intolerância de raiz anti-democrática, que, no mínimo, mereceu a resposta que lhe foi dada: a polícia e a expulsão!
Como anti-democráticas são as manifestações de intolerância que têm presidido às atitudes prepotentes de um reduzido número de sujeitos que, estando inscritos como alunos do ensino superior, preferem não estudar nem deixar os outros fazê-lo. É absolutamente lamentável e inaceitável que alguém entenda como legítimo impor a sua vontade a todos os outros e queria (e possa) fazê-lo. Alguém pode aceitar que uma escola seja fechada a cadeado? E que quem legitimamente discorda e quer entra de tal seja impedido? É esse o futuro que nos propõem? Ou, como diria a minha avó, é isso que andam a aprender na universidade?
Mas ainda bem que o fazem e convocam a comunicação social. Assim ficamos todos a saber o que eles pensam da universidade que querem que nós paguemos: é deles! Fecham a escola… porque é deles. Reivindicam não ter de pagar… porque é deles! Estão lá não para estudar e aprender, mas porque têm o direito a lá estar… porque é deles!
É triste, mas não podemos permitir que vençam por ausência de resposta.
A Liberdade não se concretiza no fazer-se o que se quer, mas no direito de escolher qual o Dever que primeiro queremos cumprir.
E a Democracia não pode ser tolerante com quem dá mostras de intolerância. Contra a razão da força, não deixemos de impor a força da Razão, da Democracia… e da Lei!