Barreiro Velho vai ter
um complexo de balneários públicos
No próximo mês de Junho vai começar a funcionar no antigo edifício da Afrição, no centro histórico do Barreiro, um complexo de balneários públicos. De acordo com o vereador dos Assuntos Sociais, Amílcar Romano, a criação deste equipamento pretende “responder às necessidades de dezenas de famílias do Barreiro Antigo”, nomeadamente, aquelas que “não têm condições em casa para realizarem hábitos de higiene condignos”.
O autarca explica que “uma parte significativa das habitações do chamado Barreiro Velho têm condições sanitárias precárias”. Há dezenas de famílias, sobretudo idosas, que vivem em habitações pequenas e degradadas, com casas de banho minúsculas “onde dificilmente realizam hábitos de higiene com dignidade”. São pessoas que “não têm possibilidades económicas de realizar obras” e, na maioria dos casos, “os próprios senhorios também não querem realizar essas obras que são da sua responsabilidade”.
Antes estas famílias utilizavam as casas de banho da Piscina Municipal, mas, a partir de Junho, vão ter à disposição balneários públicos. O projecto prevê também “a criação de uma pequena lavandaria”. As obras de recuperação do edifício da Afrição “vão começar no próximo mês de Março” e custam à autarquia cerca de 30 mil euros. O prédio, que é propriedade da Câmara do Barreiro, vai sofrer algumas demolições e vão ser construídas novas divisões no seu interior.
No sentido de prestar apoio às populações dos bairros antigos do concelho do Barreiro, a câmara anuncia ainda a criação de um Gabinete Técnico Local. Trata-se de um gabinete composto por vários técnicos e profissionais especializados, como arquitectos, engenheiros, sociólogos e assistentes sociais, que foi criado “a pensar na degradação de algumas áreas do concelho”. Este espaço “vai funcionar já a partir do mês de Março”, nas instalações dos Serviços de Educação da Câmara do Barreiro.
A zona do Barreiro Velho é uma das mais degradadas do concelho, “com prédios a necessitarem de intervenções urgentes”. Apesar de reconhecer esta situação, o vereador dos Assuntos Sociais, considera que é “muito complicado” tentar realizar projectos de revitalização e requalificação nestas zonas. Isto porque, “a grande maioria das habitações são propriedade privada” e é preciso um “esforço de sensibilização dos proprietários”. Por isso, a concretização de projectos nesse sentido tem de resultar de um “processo gradual”.
No âmbito da Rede Social do Barreiro – projecto que começou no dia 7 de Outubro, com o objectivo de conhecer as situações de pobreza e articular esforços entre as várias instituições sociais -, foram aprovados, ontem, quatro projectos que “começam a funcionar desde já”. Uma agência de voluntariado social e um gabinete de recepção e articulação da escola com o meio que a rodeia são dois dos projectos já em marcha.
Amílcar Romano refere ainda a criação de um gabinete de respostas integradas e descentralizadas que “vai contemplar técnicos especializados”. O objectivo é “encaminhar as pessoas dos bairros mais afastados para os serviços que tratem dos seus problemas”. Vão ser criados “espaços de informação e acompanhamento dos problemas destas pessoas”.
O autarca anuncia também a criação de um grupo de estudo de situações de “pobreza escondida” existentes no concelho. A câmara “tem a máxima urgência no avanço deste projecto”, para que, depois de ser tratada a informação recolhida, as pessoas sejam encaminhadas para instituições que as possam apoiar. A Rede Social do Barreiro tem já agendado, para Outubro, a realização de um seminário com o tema “Estratégias de Combate à Pobreza no Âmbito da Afirmação dos Direitos Humanos”. Em breve vai também ser lançado o primeiro número do boletim trimestral da Rede Social que se chama “Notícias de Rede”.