[ Dia 06-02-2004 ] – Autarcas de Almada exigem estação de correios na Sobreda.

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Autarcas de Almada exigem
estação de correios na Sobreda

A população de Almada exige “soluções para os problemas do sector dos Correios” no concelho e a “criação de uma estação de correios na freguesia da Sobreda”. Ontem foi criada uma Comissão de Utentes dos Correios do Concelho de Almada com o “objectivo de desenvolver acções de luta” e estabelecer “contactos institucionais para reivindicar a melhoria da qualidade do serviço”, revelou ao “Setúbal na Rede” o membro da comissão, Marco Sargento.

A administração dos CTT está a reestruturar a rede de lojas e manifestou à Assembleia Municipal a “intenção de encerrar dois postos de atendimento no concelho, um dos quais localizado na Base do Alfeite”. O presidente daquele órgão autárquico, José Manuel Maia, está “contra” esta situação, já que “coloca em causa o fim da prestação de um serviço público aos cidadãos”.

O autarca disse ao “Setúbal na Rede” que “a população não quer que os CTT encerrem nenhuma estação”, mas antes que se mantenham as existentes e “seja criada uma nova estação na freguesia da Sobreda”. Esta é também uma exigência da Assembleia Municipal de Almada, que “já foi dada a conhecer à empresa”, pois o actual posto de atendimento “não reúne as condições necessárias”. Este posto está a funcionar desde 1999 nas instalações da Junta de Freguesia da Sobreda, numa perspectiva transitória.

De acordo com a presidenta da Junta de Freguesia da Sobreda, Maria Manuela Lopes, este posto “serve uma população de 14 mil habitantes”, para a qual “não tem a capacidade de resposta necessária”. Isto porque no posto está uma única funcionária da junta que faz todo o trabalho. Além disso, “há determinados serviços que não podem ser prestados neste pequeno posto” e a população “atribui as culpas à junta”.  

A autarca explica que tem sido “persistente na reivindicação pela construção de uma estação de correios na Sobreda”, mas até agora “os CTT não resolveram este problema”. A junta apresentou “por várias vezes, espaços onde poderia ser criada uma estação de correios”, a empresa diz que “não se justifica este equipamento na freguesia” porque “a utilização média diária do posto é de apenas três horas”. Maria Manuela Lopes diz que “isto não é verdade”, já que a empresa chegou a esta conclusão “sem ter incluído determinados serviços”.

A autarca aguarda por uma decisão dos CTT e garante que está “disponível para colaborar” e para encontrar um espaço para a estação de correios da Sobreda. Refere ainda que os correios são um “serviço público imprescindível à vida da população”, e por isso não se pode permitir o encerramento de postos e estações. Daí a importância da criação da comissão de utentes que “deverá agora desenvolver acções para alertar as pessoas para a gravidade destes problemas no concelho”.

De acordo com Marco Sargento, o posto de atendimento existente na Sobreda “não chega para todo o serviço que tem de prestar”. Ou seja, este “pequeno posto” serve uma freguesia muito populosa e está aberto “apenas durante três horas por dia”. Além disso, todo o trabalho é realizado por uma funcionária da junta que “não tem a necessária capacidade de resposta para o volume do serviço existente”.

Para Marco Sargento, o facto de os CTT quererem “encerrar muitas estações de correios por todo o país” e passar a sua gestão para outras empresas ou para as juntas de freguesia, é uma tentativa de “desresponsabilização”. Os CTT “prestam um serviço público que é inestimável para as populações” e “não podem deixar de o fazer”. Além disso, acusa a empresa de “reduzir a qualidade do serviço” e também os recursos humanos. Os efeitos desta situação “verificam-se sobretudo no Natal, com grandes e inúmeros atrasos na distribuição da correspondência”.  

Por parte da empresa, o director Miguel Salema Garção nega que esteja em causa “o encerramento dos correios”, mas antes de uma “reestruturação da rede de lojas”, através de acordos com várias entidades. Deste modo, “mais de 200 postos de atendimento vão ser transferidos para as juntas de freguesia”, tal como foi estabelecido no protocolo celebrado com a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).

Esta situação vai acontecer “nas zonas com menos população” e, consequentemente, “reduzida procura de serviços de correios”. Tratam-se de postos que “funcionam a tempo parcial” e que podem vir a ser “disponibilizados num horário mais alargado” nas juntas de freguesia. Noutros casos estão a ser “estabelecidos e aprofundados acordos comerciais já existentes”. No caso do concelho de Almada, este responsável “diz não ter conhecimento específico sobre esta situação”.seta-2484389