[ Dia 04-02-2004 ] – Eni pode abandonar Galp Energia.

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Eni pode abandonar Galp Energia

Os italianos da Eni podem sair do negócio do petróleo da Galp Energia, empresa que detém a refinaria de Sines, e ficar com uma participação de 49% no negócio de gás da EDP. O porta-voz da Galp Energia, António Túlio, não confirma esta situação, mas adiantou ao “Setúbal na Rede” que o próximo passo da empresa é “reforçar a sua presença em Espanha”. O porta-voz garantiu que “a empresa quer atingir uma quota de mercado de 15% no mercado ibérico”.

Quanto à expansão no mercado ibérico, a Galp Energia quer atingir uma quota de 15% porque actualmente detém apenas cerca de três por cento. António Túlio explicou que dentro da estratégia de implantação ibérica a Galp Energia “já demarcou as regiões espanholas onde quer crescer”. A Catalunha, a Galiza, a Extremadura, Valência e Madrid “são as zonas escolhidas”. A capital espanhola é uma “região chave” em termos de estratégia “devido à visibilidade que confere à companhia”.

António Túlio apontou a proximidade de Portugal e as vantagens logísticas destas regiões para figurarem na selecção. O processo já começou “com a troca de postos entre a Cepsa e a Total com a Galp Energia”. Ou seja, estas operadoras espanholas receberam postos Galp em Portugal, em troca de alguns postos estratégicos em Espanha.

Assim, a Galp “conseguiu comprar redes sem gastar dinheiro”, de forma a “crescer depressa” no mercado ibérico. Para preparar a “investida”, a empresa já adquiriu 5% da CLH. Trata-se da empresa que detém os pipelines e os parques de abastecimento em Espanha. Em Valência compraram um parque de abastecimento com terminal marítimo.

Em termos de investimento directo, também “abriram novos postos em Espanha”. A aquisição de uma rede espanhola não está confirmada, mas a Galp “não exclui esta hipótese” que, no entanto, “está dependente da evolução do mercado”.

O governo português terá chegado a um acordo preliminar com a Eni sobre a participação desta empresa no sector energético português. Relativamente à transferência do negócio de distribuição de gás, a Eni deverá conseguir uma participação de 49% no capital da EDP Gás. A decisão não é definitiva, já que a proposta será analisada pelo presidente da Eni, Vittorio Mincato. O “Setúbal na Rede” tentou obter informações junto do Ministério da Economia, mas até agora não obteve qualquer resposta. seta-5226338