[ Dia 05-02-2004 ] – >CRÓNICA DE OPINIÃO por Paulo Freitas do Amaral.

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CRÓNICA DE OPINIÃO
por Paulo Freitas do Amaral
(Eleito da Comissão Política de Concelhia PS/Seixal)

“Recadinhos” ao Dr. PP

Todos nós já nos apercebemos dos “recadinhos” que o nosso ministro da defesa anda a ser alvo por parte das mais consideradas individualidades do nosso país. Da direita à esquerda estas criticas generalizam-se.

O facto de Paulo Portas no último congresso do PP só ter homenageado Adelino Amaro da Costa, como único fundador do partido e o facto de ter convidado uma personalidade de extrema-direita para assistir ao evento, levantou bastante celeuma na direita política, chegando mesmo a ser comparado com Estaline, no seu tempo mais devastador.

Depois de Mário Soares chamar a atenção para o peso exagerado que o Partido Popular está a ter na governação de Portugal, foi agora a vez de o Presidente da República se manifestar. Jorge Sampaio recordou que é preciso haver equilíbrio, quando se decide munir o exército com um equipamento de rodas e ao mesmo tempo se torna urgente a construção de um palácio da justiça ou de um centro de saúde. O nosso Presidente da República fez menção ainda ao programa de equipamento das Forças Armadas, dizendo que deveria ser prosseguido mas sem nunca perder de vista o contexto financeiro e complicado que vive o país.

Para além do aumento orçamental que houve para as Forças Armadas, não podemos esquecer as mais recentes contratações que o Ministério da Defesa realizou, como se tivéssemos a falar de uma liga milionária onde só alguns sabem chutar a bola. Estas contratações catapultam-nos para um regresso a um passado não muito longínquo, onde as elites e os mais diversos grupos de influência faziam o seu jogo, sempre com o sabor a vitória. 

Depois do caso Moderna, Paulo Portas responde a tudo isto por terceiros, o seu altivo sentido de estado não lhe convém ser destronado, venham as criticas de onde vierem.

As marionetas populares servem para estas ocasiões de aflição, quase sempre respondendo num tom provocatório e de baixo nível.

Qual será o próximo passo deste ministro, que muito se destacou no início de carreira por tanto criticar a direita?

Do meu ponto de vista, penso que se prepara para efectuar uma fusão entre os dois partidos que agora fazem parte da governação, alugando assim um lugar de cúpula naquele que irá ser um partido de poder. Paulo Portas consegue assim deixar de pertencer a um pequeno partido e passará a estar vinculado numa alternativa de poder.

O céu é o limite. seta-5850984