Palmela aposta na prevenção e combate
da toxicodependência
A Câmara Municipal de Palmela e o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) assinaram, hoje, um protocolo com o objectivo de implementar o Plano Municipal de Prevenção Primária das Toxicodependências. De acordo com o presidente do IDT, Fernando Negrão, este protocolo vai “permitir ajudar as pessoas toxicodependentes”, pois considera importante “ajudar aqueles que estão a sofrer”.
Quando as pessoas vêem um toxicodependente a vaguear pelas ruas, “associam-no a uma imagem ameaçadora”. No entanto, o mais provável é que sejam “inofensivas”. Isto constitui uma “representação social”. Para ajudar os toxicodependentes é preciso “encaminhá-los para as estruturas de tratamento nos Centros de Ajuda a Toxicodependência (CAT)” e nas “comunidades terapêuticas”. Depois, é “importante inseri-los na sociedade”.
Para Fernando Negrão, também é “necessário prevenir para não se chegar à toxicodependência”. Um dos maiores problemas do aumento desta “doença” está relacionado com “o tamanho das cidades”. Quando as cidades são muito grandes, “perdem à sua identidade” e acrescenta que Palmela “ainda tem essa identidade” e “tem de fortalecê-la”. Desde cedo, este é um problema que “preocupa”, não só a câmara, como também o Instituto da Droga e da Toxicodependência. Por isso, o objectivo destes planos municipais é “juntar as diversas organizações” para conseguir “resolver este flagelo da sociedade”.
No entender do presidente da IDT, “é importante a prevenção primária” e sugere que se fale “o mais cedo possível às crianças” sobre os vários aspectos relacionados com o corpo. Por exemplo, sobre “a importância da higiene oral” e sobre “a actividade sexual”. “É necessário explicar que temos um corpo”, bem como mostrar “a noção das funções primárias do corpo”. Fernando Negrão sugere às pessoas para serem “mais ousadas” e “deixarem de parte preconceitos”. Neste momento, Portugal é o país que “tem mais infectontagiosos” e o que tem o maior em número de consumos problemáticos, “como a heroína”. A maior agravante é que a hepatite “está a subir” e a SIDA “a estabilizar”.
Segundo a presidenta da Câmara Municipal de Palmela, Ana Teresa Vicente, “em primeiro lugar vai ser feito o trabalho com as crianças”. Para a autarca é importante apostar na prevenção, para que, de futuro, “esta realidade da toxicodependência seja completamente diferente da actual”.
Ana Teresa Vicente diz mesmo que “todas as pessoas têm problemas que as assustam”, mas é necessário que aqueles que estão mais próximos destes problemas “consigam enfrentá-los, para os conseguir solucionar”. Por isso, “os parceiros socais são muito importantes para ajudar as autarquias”, como a câmara e as juntas de freguesia. A presidenta da Câmara de Palmela acrescenta que “o principal saber não é da autarquia”, por isso mesmo “é necessária uma ligação a quem está mais próximo do problema”. É preciso também “pensar de maneira global” para “actuar no local”.