Salas culturais de Lisboa e Vale do Tejo
vão funcionar em rede
As salas de teatro e cine-teatro municipais da região de Lisboa e Vale do Tejo, incluindo algumas do distrito de Setúbal, vão passar a funcionar em rede. A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) apresentou hoje o projecto que consiste na “criação de uma bolsa de espectáculos”. Segundo Daniel Adrião, o objectivo é “proporcionar uma programação complementar à que já existe nessas salas, com preços mais acessíveis”.
Este responsável refere que “muitos dos espectáculos oferecidos por estas salas municipais não são compatíveis com os seus orçamentos”. Por isso, a CCDRLVT decidiu avançar com um projecto que vai “reforçar e qualificar a programação já existente”. A chamada “rede” vai funcionar como um “instrumento de coordenação de informação” dos equipamentos culturais que a vão integrar.
Outro dos objectivos, segundo Daniel Adrião, é “criar uma central de compras de eventos” que vai fornecer a toda a rede uma programação complementar, “tendo em conta as características e a diferenciação da oferta de cada uma das salas”. Esta central, para além de fazer a coordenação e promoção conjunta de espectáculos através de co-produções, vai também “negociar e adquirir produções culturais”. Além disso, o projecto prevê também uma componente de formação e assistência técnica, “dirigida às pessoas que vão trabalhar nestes equipamentos”.
A programação que esta rede vai proporcionar pretende atingir “todo o tipo de públicos”, ou seja, “a oferta vai ser muito diversificada”. Ateliers, conferências e seminários, bem como espectáculos de teatro, dança, música, marionetas e circo, são alguns exemplos da programação prevista. Para além de proporcionar uma “melhoria da prestação dos serviços culturais autárquicos”, vai permitir uma “maior acessibilidade das pessoas a estes serviços”, até porque os preços praticados vão ser “mais reduzidos”.
Este novo modelo de organização das salas municipais da Região de Lisboa e Vale do Tejo engloba os equipamentos culturais municipais dos 51 concelhos que integram a Região de Lisboa e Vale do Tejo. Daniel Adrião explica ao “Setúbal na Rede” que “ainda não se sabe quais as salas que vão integrar o projecto”, pois neste momento está “em curso o estudo de avaliação e de selecção dos equipamentos que reúnem os requisitos necessários”.
“A disponibilidade das autarquias da região vai ser muito importante para que o projecto se concretize e tenha sucesso”, refere Daniel Adrião. A gestão das salas culturais em causa é da responsabilidade das autarquias, por isso também são elas as mais interessadas em que o projecto corra da melhor maneira. Por isso, foi agora criada uma “comissão de acompanhamento do estudo em curso que tem representantes das autarquias”. São mais de 100 os equipamentos que estão a ser alvo de estudo e “talvez dentro de um mês” a CCDRLVT já possa divulgar os nomes das salas que vão passar a funcionar em rede.