Director clínico defende mudança nas
Urgências do S. Bernardo
O director clínico do Hospital de S. Bernardo, Vítor Rocha, defende a “necessidade de uma mudança nas Urgências”, pois o serviço já “ultrapassou há muito tempo o limite da sua capacidade de resposta”. Com o objectivo de “melhorar o atendimento aos utentes”, a administração do hospital solicitou uma auditoria externa ao Serviço de Urgências, que arranca na próxima segunda-feira, com a duração de 11 semanas.
O Hospital de S. Bernardo contratou os serviços de uma empresa espanhola, com sede na Catalunha, que tem “experiência na realização de auditorias a hospitais”. Nas primeiras semanas, os técnicos vão fazer um “diagnóstico dos principais problemas” do Serviço de Urgências do S. Bernardo. Com base nos resultados obtidos, vão apresentar medidas, nas últimas quatro semanas, que deverão constituir a “solução para uma resposta mais eficaz aos doentes”.
Vítor Rocha explica que já defende a “necessidade de alterações nas Urgências há muito tempo”, mas com o encerramento da unidade de internamento do Hospital Conde do Bracial, em Outubro passado, “os problemas agravaram-se”. Vítor Rocha acredita que “muita coisa tem que mudar”, quer a nível da arquitectura do espaço, quer a nível estrutural e organizacional. O espaço onde funcionam as Urgências “tornou-se pequeno”, para além das “carências de profissionais de saúde” que também existem noutros hospitais.
As Urgências do Hospital de S. Bernardo foram dimensionadas para nove camas, no serviço de observação, que passaram a 12, o que “representa o limite da capacidade de resposta do serviço”. No entanto, em “dias extraordinários em que existe um maior afluxo de pacientes”, a situação “agrava-se”, pois, “como se trabalha no limite, não existe um sistema tampão para responder nessas situações”. É o que tem acontecido nos últimos dias com o serviço a ser obrigado a transferir doentes para outros hospitais.
Por isso, os enfermeiros redigiram um documento ao Conselho de Administração do hospital, no qual “reflectem sobre os problemas existentes no serviço de Urgências” e pedem soluções para melhorar o atendimento aos utentes. O director clínico do Hospital de S. Bernardo diz que as Urgências são um “serviço complicado”, por onde passa “muita logística de apoio a outros serviços” e muita gente.
Vítor Rocha diz que prefere aguardar pelos resultados da auditoria antes de se pronunciar sobre possíveis medidas a implementar. No entanto, adianta que “tem de haver uma resposta para a falta de espaço” e de capacidade de resposta. Nesse sentido, “há um piso a aguardar obras que pode ser uma alternativa” e a abertura do novo Hospital do Litoral Alentejano também pode ajudar a resolver os problemas das Urgências do S. Bernardo.