Realizaram-se no passado dia 19 de Fevereiro mais dois actos eleitorais na VW Autoeuropa. Desta vez relativos ao Comissão de trabalhadores (CT) e para a Comissão de Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho (CSHST). Estes factos nada teriam de extraordinário se não fosse o relevo e a importância dada a nível nacional ás decisões que por aqui são tomadas. Quem é que não se lembra do sem fim de páginas de Jornal, de noticiários e de artigos de opinião que diariamente foram comentando o último acordo laboral desta empresa.
Em 1º lugar é bom de realçar o n.º de listas que foram sufragadas. 5 para a CT e 3 para a CSHST. Foi uma prova de vitalidade e que os trabalhadores da VW Autoeuropa estão “vivos” e conscientes da importância que este acto eleitoral tinha. Outro facto também de realçar, embora dentro da empresa já não seja novidade, é o n.º de votantes cujo valor ficou novamente acima dos 61%.
Importa nesta altura se calhar fazer um balanço político dos resultados destas eleições. Este balanço é importante por maioria de razão, mas existem dois motivos nos quais me gostaria de debruçar com mais algum detalhe. O 1º diz respeito ao facto de a CT cessante se ter apresentado a esta eleição como uma lista, englobando aqueles que tendo concorrido nas últimas eleições por listas diversas, querendo dar continuidade ao trabalho já iniciado. A exepcção nesta lista de unidade foram os elementos que ligados às estruturas do PCP optaram pela postura do orgulhosamente sós e que se apresentaram a estas eleições com uma lista independente. Este facto, não querendo limitar a eleição a esta questão, quase que também tornou esta eleição como que uma 2ª ratificação do acordo de Novembro último. Era importante saber como é que os trabalhadores da Autoeuropa sentiam o acordo agora que ele já está em vigor e os planos teóricos já foram passados para a realidade. O resultado destas eleições foi claro. A lista da CT cessante, (composta maioritariamente por pessoas ligadas ao Bloco de Esquerda) venceu folgadamente estas eleições com mais de 55% dos votos (7 Mandatos em 11), contra os 9,7% da lista apoiada pela UGT (1 Mandato) e os , 9,57% da lista apoiada pela estrutura do PCP (1 Mandato) e contra os 14,01% de uma lista independente e populista (2 mandatos) cujo único objectivo é o de falar mal. Foi uma vitória clara e inequívoca que, prova claramente que os trabalhadores estão com esta CT e que querem uma continuidade do trabalho já realizado.
O 2º Balanço que gostaria de fazer era em relação a eleição para a CSHST. Aquando do último congresso da CGTP, foi feita uma campanha, com o intuito de eliminar o Bloco de Esquerda da vida sindical, quer a nível de dirigentes sindicais, quer a nível dos delegados ao congresso. Todos os argumentos possíveis foram utilizados sendo que me vou referir agora aquele que directamente tem a ver com as eleições na VW Autoeuropa. O delegado Sindical Daniel Arruda foi vetado quer para delegado ao congresso, quer para as listas ao concelho nacional da CGTP. Um dos argumentos utilizados, era o da sua representatividade dentro da empresa, que na óptica do PCP era baixa.
Os representativos eram as pessoas do PCP. Ora nestas eleições Daniel Arruda liderou a lista para a CSHST também maioritariamente liderada pelo Bloco de Esquerda e venceu as eleições com mais de 56% (5 mandatos em 7), contra os 18% da lista apoiada pelo PCP (apenas 1 mandato). Qual será o argumento que o sector ortodoxo do PCP vai utilizar agora que está provado nas urnas quem é representativo na VW Autoeuropa?
Qual será o argumento ou estratégia, para continuar a fazer da Intersindical uma coutada dos interesses mais sectários e ortodoxos da nossa política.
Podem continuar a tentar-nos calar com estratagemas antidemocráticos, como o de recusar a qualquer custo o Método de Hondt nas eleições sindicais. Podem tentar, mas não o vão conseguir tal como ficou provado nestas eleições porque as pessoas não andam a dormir e sempre que podem, ou onde as deixam, sabem escolher quem melhor as defende.
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