Sindicatos marcham contra a política salarial
do Governo
Centenas de trabalhadores dos distritos de Setúbal, Lisboa e Santarém fizeram hoje uma marcha de protesto, do Rossio à Assembleia da República, para contestar “a política salarial do Governo”, disse Rui Paixão, coordenador da União de Sindicatos de Setúbal (USS), ao “Setúbal na Rede”. Esta acção, que se insere na jornada de luta nacional da CGTP-IN, pretende defender o “aumento da qualidade do emprego” e “salários mais dignos”.
Um pouco por todas as capitais de distrito, os trabalhadores saíram à rua em protesto contra a “redução dos direitos individuais e colectivos dos trabalhadores”. De acordo com Rui Paixão, o Governo “não está a governar para os trabalhadores”, mas sim para “o grande capital financeiro”. O coordenador da União de Sindicatos de Setúbal considera que os direitos dos trabalhadores “estão a ser afectados pelo código do trabalho”.
Segundo Rui Paixão, os actuais salários “não correspondem ao aumento do custo de vida” que se tem sentido, tendo em conta os aumentos verificados no preço dos bens e serviços essenciais. A USS reclama a “valorização” dos trabalhadores, o “aumento da qualidade do emprego” e a “melhoria dos salários” dos portugueses. A União considera ainda “importante” defender a igualdade no trabalho.
O coordenador da USS mostra ainda descontentamento face à intenção do Executivo de proceder ao aumento dos salários de dois em dois anos, que foi recentemente anunciada. Refere que, desde o início da governação PSD/CDS-PP para além da “recessão económica” e da “degradação das condições de vida” dos portugueses, tem-se assistido a uma “quebra dos salários reais”.
“O desemprego também aumentou”, ao mesmo tempo que “diminuíram as condições de emprego e os direitos dos trabalhadores”, declara o dirigente sindicalista. Assim, a USS considera necessário “lutar por uma alternativa a este Governo” e à política que desenvolve, que, na opinião dos sindicalistas, é uma “política do desastre”. Rui Paixão garante que “a luta vai continuar”.