Desenvolvimento do Barreiro não pode esquecer raízes marítimas
O núcleo do Bloco de Esquerda do Barreiro defende que o desenvolvimento da cidade “deve respeitar as suas origens marítimas”. Segundo o bloquista Mário Durval, o Barreiro “tem raízes muito fortes com o mar” e exemplifica que “as Armadas, no tempo das navegações marítimas para a Índia, partiam do rio de Coina”. Só um “desenvolvimento baseado na identidade marítima da cidade” poderá, na sua opinião, permitir um progresso ao nível económico, do lazer e do turismo.
Esta foi uma ideia consensual no debate “Barreiro do Século XXI – Uma ideia para o Futuro”, realizado no passado fim-de-semana. Um evento que teve como objectivo fazer um levantamento dos problemas do concelho e discutir as suas potencialidades. De acordo com Mário Durval, pretende-se colocar a discussão sobre o Barreiro “a um nível diferente”, ou seja, antes que sejam tomadas as decisões. Além disso, esta é uma forma de “alargar o debate à população cuja participação é essencial”.
Um outro tema abordado foi a construção da ponte Vasco da Gama. Segundo alguns dos presentes, a ponte que une a cidade do Montijo a Lisboa “foi uma opção errada”, porque não potencia o “uso de transportes colectivos” e tem “um forte impacte ambiental”. Por isso, Mário Durval sublinha que a opção que previa a construção de uma ponte entre o Barreiro e a capital “era mais adequada”.
A construção civil foi outro assunto de discussão entre os presentes. Foi questionada a necessidade de se construírem mais habitações na cidade do Barreiro. Mário Durval defende que, em vez disso, “devia ser feita uma reabilitação das casas já construídas”, porque “o desenvolvimento do Barreiro não passa pela construção de mais habitações, mas sim por ocupar as que já existem”. O bloquista explicou ao “Setúbal na Rede”que o Barreiro tem vagas para 13500 pessoas. Por outro lado, a cidade perdeu 1000 habitantes nos últimos dez anos. Assim, “não faz sentido” continuar a construir mais fogos de habitação. 