Plano de reconversão da Siderurgia Nacional
com novidades em Abril
O presidente do Conselho de Administração da SN Serviços, a empresa que gere o parque industrial da Siderurgia Nacional, garante que “em Abril vai haver novidades sobre o plano de reconversão para aquele espaço”. Hermínio Querido disse ao “Setúbal na Rede” que a proposta de reconversão “está a ser debatida com a Câmara Municipal do Seixal” e “tudo aponta para que, dentro de um mês, haja notícias”.
Hermínio Querido não quer, no entanto, avançar muitos pormenores sobre a proposta que a Siderurgia Nacional está a discutir com a autarquia do Seixal. As reuniões “estão a decorrer a bom ritmo” e logo que haja um entendimento “a empresa vai pronunciar-se nos meios de comunicação social”.
O responsável pela SN Serviços reuniu ontem com os deputados do PSD eleitos pelo distrito de Setúbal, que se inteiraram do ponto de situação do Plano de Reconversão do parque industrial. No final da reunião, Luís Rodrigues defende a necessidade de “melhorar as acessibilidades ao parque industrial”, através da construção do ramal ferroviário que passe a ligar a estação de Coina aos terrenos da SN.
Muito importante também é a construção de uma “via rodoviária que atravesse todo o parque industrial”, desde o topo norte, passando junto ao rio Coina até à EN 10 e daí com ligação ao futuro IC 32. Esta seria uma “espinha dorsal muito importante para a zona de Paio Pires”, na opinião de Luís Rodrigues. Permitiria também “descongestionar um pouco a EN 10”, que regista um grande tráfego de camiões entre a Quimiparque, no Barreiro, e a Siderurgia Nacional, no Seixal.
O deputado social-democrata refere ainda a “necessidade de desassorear o rio Coina” para que o terminal portuário passe a funcionar “em pleno”. O terminal não funciona porque o canal está assoreado e é uma das principais razões do tráfego intenso de camiões entre o Barreiro e Seixal. O desassoreamento poderia “alviar um pouco este tráfego”.
O Plano de Reconversão da Siderurgia Nacional prevê a manutenção da indústria pesada, como é o caso da Lusosider e da Siderugia Nacional Longos. Em breve, vai também ser inaugurada, no parque da SN, a Eco-Metais, uma unidade de reciclagem para automóveis em fim de vida que, assim, “podem ser aproveitados para as indústrias de aço instaladas na SN”.
Está também a ser preparado um investimento de capitais brasileiros para a produção de folha de alumínio que “vai abranger cerca de 300 mil metros quadrados do parque industrial”. Dada a “importância” desde “grande investimento”, Luis Rodrigues refere que o processo “está a ser acompanhado pela Agência Portuguesa para o Investimento (API)”. Sem adiantar mais pormenores, o deputado acrescenta que “o sucesso deste negócio é de interesse nacional”.
Plano também prevê construção de ETAR
Mas não é só a componente industrial que faz parte do Plano de Reconversão da Siderurgia Nacional. Está também previsto um projecto de lazer e imobiliário e, no topo norte do parque, deverá ser construída uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) que “vai servir cerca de dois terços da população do Seixal”. Esta ETAR vai ser “muito importante”, em termos ambientais, pois, actualmente, os resíduos são “despejados no rio Coina sem o devido tratamento”.
A revitalização ambiental também terá de ser feita com “cuidado”, refere o deputado do PSD Pedro Roque, já que há no parque da Siderurgia Nacional existem solos contaminados pela indústria pesada e há um “passivo ambiental de resíduos banais e também perigosos”. No entanto, este social-democrata acredita que esta “zona privilegiada junto ao Tejo, que se encontra um pouco abandonada,” será, no futuro, uma “zona de lazer por excelência”. 