Ministra dos Negócios Estrangeiros defende
reforma na ONU
A ministra dos Negócios Estrangeiros, Teresa Gouveia, defende que “o terrorismo é um desafio mundial e tem que ser combatido com bons instrumentos“. Por isso, a governante acredita que é preciso uma uma reforma nas Nações Unidas (ONU) para dar uma “melhor resposta aos actuais problemas terrorismo”. Em dia de comemoração do segundo aniversário do Governo PSD-PP, este sábado, em Setúbal, os atentados do dia 11 de Março, em Madrid, não foram esquecidos.
Teresa Patrício Gouveia acredita que “o que se passou há dois dias, em Espanha, é a demonstração de que todos os países vulneráveis” e que “já não estão defendidos pela geografia”. Por isso, afirma que se justifica uma “reforma da ONU”, como resposta a esta “fragilidade” dos países face ao terrorismo. A ministra dos Negócios Estrangeiros manifesta-se “indignada” com os discursos políticos que estão a colocar a discussão em torno da ETA ou do grupo Al-Qaeda. Para a governante, este tipo de discursos está a transmitir a ideia de que “há formas de terrorismo mais legitimas que outras” o que, na sua opinião, é um “discurso monstruoso”.
A ministra adverte para a “vulnerabilidade de todos os países” face à ameaça terrorista e frisou a condenação destes actos, independentemente da sua autoria. “A condenação destes actos é igual, não há uma diferença filosófica essencial”, afirma Teresa Patrício Gouveia para quem os países “não devem recuar nas suas acções com medo das represálias”. Refere-se desta forma ao envolvimento de Portugal ao ter cedido a base das Lajes para a realização da Cimeira Atlântica onde se discutiu a questão iraquiana, em Março do ano passado. Afirma que “os países não se podem barricar e esconder” dos grupos terroristas, pois essa atitude significaria “prescindir do direito de liberdade”.
Teresa Patrício Gouveia, que participou na manifestação de sexta-feira em Madrid, diz que viu “a firmeza” do povo espanhol e que “teve a percepção clara” de que “tudo o que acontece no mundo, actualmente, diz respeito directamente a todos”. Portugal deve “associar-se à comunidade internacional pela manutenção dos valores da liberdade” e deve ser “firme” nas suas acções, defende a ministra.
Mas no encontro de sábado, onde os discursos foram fortemente marcado pelos atentados de Madrid, Teresa Patrício Gouveia deixou ainda a ideia de que, dois anos após a vitória do Governo PSD-PP, Portugal “está no bom caminho” para a retoma económica. Refere que o país está a registar um “crescimento sólido que vai proporcionar uma retoma económica saudável, assente no investimento privado”. Lembra também que foram exigidos aos portugueses “muitos sacrifícios” em nome da “sustentabilidade” e das medidas que o Governo tomou a pensar em resultados a médio e longo prazo.
Já o deputado do PSD eleito pelo distrito de Setúbal, Luís Rodrigues, relembra que “existe uma promessa por cumprir” do tempo do Governo de Cavaco Silva e reitera o pedido à ministra dos Negócios Estrangeiros. Essa promessa é a recuperação do Cabo Espichel e Luís Rodrigues considera que seria “uma vergonha” se não fosse cumprida até ao final do mandato do actual Governo. 