David Justino pretende eliminar escolas
pré-fabricadas
O ministro da Educação, David Justino, pretende, até ao final da legislatura, “erradicar as escolas pré-fabricadas do país”. De acordo com o governante, a escola “é um factor fundamental para reabilitar as comunidades”, mas, para isso, é necessário que os locais de aprendizagem “ofereçam as condições necessárias”. No entanto, David Justino realça que “o betão é mais fácil de fazer do que a formação e desenvolvimento pessoal”.
Esta manhã, David Justino foi conhecer as instalações da Escola EB 2,3, de Ana de Castro Osório, em Setúbal. Situada na Bela Vista, a escola começou a funcionar em 1985 com oito pavilhões de madeira que foram construídos com o objectivo de serem provisórios durante cinco anos. O ministro quis conhecer “uma realidade que é fora do comum” e que exige uma “atenção especial”, uma vez que a escola está localizada numa zona “com muitos problemas sociais”.
David Justino refere que estas comunidades têm uma taxa de abandono escolar “muito elevada” e essa é uma das “principais preocupações” do ministério. Além disso, por se situarem em “zonas complicadas”, as escolas têm muitos problemas ao nível da maternidade precoce, violência e comportamentos desviantes. Deste modo, o ministro entende que a visita à Escola de Ana de Castro Osório é “oportuna” para encontrar algumas “soluções e orientações” para combater o abandono e insucesso escolar.
No terreno, o governante encontrou oito pavilhões em madeira onde funcionam as aulas para cerca de 650 alunos. Preocupado com as condições da instituição escolar, David Justino admite que, apesar de “ter um país inteiro a pedir novas escolas”, a prioridade do ministério é “acabar, o mais rapidamente possível, com as escolas pré-fabricadas”. Para tal, pretende, durante esta legislatura, lançar um “plano de eliminação de instalações pré-fabricadas” e arranjar formas de financiamento para novas escolas.
Também a Escola Secundária da Bela Vista, situada ao lado da EB 2,3 de Ana de Castro Osório, possui instalações provisórias há cerca de 30 anos. Segundo David Justino, a resolução do problema passa por arranjar uma “solução organizativa entre os dois estabelecimentos de ensino”. Refere que é necessário encontrar uma “forma de cooperação”, no sentido de construir um “projecto educativo próprio” porque o “espaço já existe”.