Artesãos da Península de Setúbal
trabalham sem apoios
A coordenadora da equipa técnica da Associação para o Desenvolvimento da Península de Setúbal (ADREPES), Manuela Sampaio, refere que, “há muitos artesãos a trabalhar sem apoios”. Por isso, “é importante dar a conhecer os estatutos do artesão” e “incentivar a criação de empresas de artesanato”. Este é um dos objectivos do Encontro de Artes e Ofícios da Península de Setúbal, que vai decorrer este fim-de-semana, no Montijo.
Para Manuela Sampaio, é importante dar aos artesãos uma perspectiva mais comercial da actividade para “fazer do artesanato um negócio”. E, para isso, é necessário “considerar a parte estética” da peça de artesanato. Deste modo, o projecto “pretende melhorar a formação técnica e estética dos artesãos” através “das novas técnicas artesanais”. Além disso, “pretende-se dinamizar a criação de microempresas artesanais com certificação na área”, de modo “a melhorar a sua comercialização”.
A responsável afirma que não tem conhecimento de nenhuma empresa de artesanato na região. Algo que “é já o retrato da situação actual da actividade”, refere. Assim, além de querer “promover o convívio entre os artesãos”, o encontro vai discutir uma “estratégia de promoção” e “divulgação dos produtos artesanais”. Manuela Sampaio sublinha ainda que a actividade “não implica a utilização de técnicas ancestrais”. Desde que não exista uma produção em quantidade industrial, “podem-se utilizar as novas tecnologias” e “novos designs e processos de produção”.
Este projecto insere-se no programa comunitário “Leader +” “que tem características muito próprias” por “ser dirigido no próprio território”. Trata-se de uma iniciativa que pretende o desenvolvimento, “facilitando a valorização dos produtos locais”. A estratégia de desenvolvimento tem como pressupostos a participação activa das populações e a salvaguarda das identidades rurais. Além disso, pretende-se um “espírito de cooperação e parceria” com os agentes económicos e sociais locais que “permitem estabelecer laços de solidariedade em nome do desenvolvimento”.
O encontro, promovido pela ADREPS, conta com a colaboração das câmaras municipais de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela, Sesimbra e Setúbal. Conta ainda com a participação do Programa para Promoção dos Ofícios e das Microempresas Artesanais (PPART) e da Associação Regional de Artesãos e Artistas de Beja (ARABE). De acordo com Manuela Sampaio estão inscritos para o evento cerca de 150 artesãos.