PCP acusa Câmara do Barreiro de endividamento
O PCP acusa a Câmara Municipal do Barreiro de estar “a conduzir o município para o endividamento”. Esta é a posição da Comissão Concelhia do Partido Comunista do Barreiro em relação às contas de gerência da autarquia. De acordo com o vereador Joaquim Matias, a análise de contas do município revela uma “situação preocupante” porque, “a continuar a actual gestão”, pode colocar-se em causa a “prestação dos serviços mais básicos” aos munícipes.
Joaquim Matias refere que o município aumentou a sua capacidade de endividamento para “11 milhões de euros”. No entanto, gastou, em dois anos, “oito milhões”. De acordo com o autarca, o aumento da despesa “não se traduz numa maior capacidade de execução da câmara”. Como prova da “fraca execução” está o facto de 30 programas terem tido “níveis de realização abaixo dos 50%” e 20 “não foram realizados”. A concelhia do Barreiro afirma que, face ao orçamento corrigido, “o investimento em obras ficou pelos 49.79%”. No entanto, quando se tem em conta o orçamento inicial, “o grau de realização é irrisório”.
Segundo os comunistas, o aumento da despesa é provocado por gastos relacionados com “telemóveis e com propaganda do PS”. Além disso, a câmara realizou uma campanha de alteração de imagem que custou “milhares de contos”. Joaquim Matias está também preocupado com a qualidade dos serviços públicos que “piorou”, nomeadamente a “limpeza da cidade”, “o estado dos pavimentos e dos passeios” e as “interrupções de abastecimento de água”.
Para Joaquim Matias a “situação é ainda mais delicada” quando se tem em conta que ainda “não foram iniciadas as obras do programa Polis”. Ao continuar esta forma de gestão, o responsável acredita que “pode estar em causa a realização de obras essenciais para o município”. Deste modo, acusa a câmara de “despesismo” e salienta que a autarquia “não tem feito contenção de despesas”, mas sim “contenção de pagamentos”. O comunista diz ainda que a câmara não tem nenhuma “estratégia de desenvolvimento para o concelho”. Além disso, “não cumpriu o protocolo de descentralização para as Juntas de Freguesia que já assinou”.
O “Setúbal na Rede” tentou contactar o presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Emídio Xavier, e o vereador do PSD, Fernando Mendes Costa mas, até ao momento, ainda não obteve nenhuma resposta.
O relatório de Gestão e Prestação de Contas foi aprovado, por maioria, no dia 3 de Maio, com o voto de qualidade do presidente da Assembleia Municipal, Eduardo Cabrita, com os votos a favor do PS, a abstenção por parte do PSD e votos contra da CDU. A não comparência de dois deputados da CDU teve influência no resultado de votação. Isto porque, em condições normais, a CDU conta com 17 deputados, o suficiente para, em caso de abstenção dos social-democratas, reprovarem um documento.