[ Dia 13-05-2004 ] – Alunos contra a degradação da Escola Sebastião da Gama.

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Alunos contra a degradação
da Escola Sebastião da Gama

A Juventude Comunista Portuguesa (JCP) teme que o Ministério da Educação (ME) só faça obras na Escola Secundária Sebastião da Gama, em Setúbal, “quando acontecer um acidente grave”. Uma responsável da JCP e da Associação de Estudantes, Ana Patrícia Rato, conta ao “Setúbal na Rede” que “o edifício está em avançado estado de degradação e que os alunos temem pela sua segurança”. Contudo, fonte ligada ao Conselho Executivo (CE) garante que a escola “não tem verbas para fazer face a todas as despesas de conservação”.

Ana Patrícia Rato explica que “as paredes do edifício estão esburacadas e não usufruem de qualquer manutenção”. Fonte do CE nega que existam paredes esburacadas, mas confirma a falta de conservação. A Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) “é a responsável pela manutenção da pintura exterior” e a escola “tem insistido junto deste organismo para garantir as obras”. Este organismo ainda não interveio porque, segundo a lei, só é obrigado a fazer obras desta envergadura quando a escola tem pelo menos 50 anos. A Sebastião da Gama só completa esse idade no próximo ano.

Os alunos estão ainda “insatisfeitos” com as condições para a prática de educação física porque “o chão tem tábuas partidas o que pode levar a acidentes, durante as aulas”. Segundo a responsável da JCP, a escola “já teve pinos a marcar as zonas, do ginásio, em risco de ruir”. A fonte do CE compreende os receios dos alunos, mas isso também está a cargo da DREL. Quanto ao ginásio, a escola com os seus próprios meios “já fez o que era possível”. A iluminação do ginásio “sofreu uma revisão geral e os vidros foram substituídos por acrílicos”, para evitar acidentes com os possíveis estilhaços.

O problema da escola consiste “em falta de verbas para responder a todas as necessidades”. Apesar de este ano ter sido solicitado ao ME 25 mil euros para compensar as despesas de conservação, “esta entidade disponibilizou apenas 5000 euros”. Ana Patrícia Rato afirma que “a escola carece de funcionários”, principalmente no bar e refeitório. A fonte do CE explica que cerca de 10 funcionários passaram à reforma, e que o ME ainda “não autorizou a contratação de mais”. O problema pode agravar-se porque “há duas pessoas a atingir a idade de reforma”.

Ana Patrícia Rato mostra-se revoltada “com as condições de higiene dos lavabos” e acrescenta que “há apenas duas casas-de-banho para 1110 alunos diurnos”. Os sanitários estão num estado “vergonhoso” e há urinóis e lavatórios partidos. A fonte do CE contrapõe que “há duas empresas de limpeza e manutenção a colaborar com a escola”. A mesma fonte acrescenta que a maioria das queixas dos alunos podiam ser resolvidas, “se o material não fosse vandalizado”. Por exemplo, os dispositivos de desinfecção das sanitas “são constantemente destruídos” por alguns alunos.

Apesar deste comportamento, a escola tem substituído os materiais partidos, nomeadamente espelhos, sanitas, urinóis mas reconhece que “faltam alguns”. Ana Patrícia Rato acrescenta que as salas de Educação Visual “não têm água”, o que impossibilita a utilização de alguns materiais. As oficinas onde são leccionadas as disciplinas práticas dos cursos de Electrotécnica e de Artes, “não usufruem de qualquer aquecimento”. A fonte da escola admite que as salas são “frias”, embora “tenham aquecedores”. Por isso, “o número de aulas nestes espaços foi reduzido”.

O “Setúbal na Rede” tentou contactar a directora da DREL, Isabel Soares Carneiro, para obter esclarecimentos sobre o processo da Escola Secundária Sebastião da Gama. Contudo, por estar em diligências de trabalho ainda não foi possível à directora responder ao nosso pedido. seta-1663954