Ministro da Economia garante mais apoios às PME’s
O ministro da Economia, Carlos Tavares, garante que o Governo vai “apoiar as Pequenas e Médias Empresas (PME’s) que demonstram cada vez mais capacidade de investir na inovação”. Carlos Tavares diz que o Governo “vai empenhar-se cada vez mais no incentivo às PME’s”, e já abriu mesmo um subprograma no Prime para “dinamizar iniciativas empresariais na área do ambiente, higiene, saúde e segurança no trabalho”.
O ministro da Economia acredita que uma das vertentes da recuperação económica do país passa pela aposta na inovação que está a ser concretizada, “e com sucesso na maioria dos casos”, pelas PME’s. De resto, o investimento “deve ser a grande arma dos empresários para se relançar a economia portuguesa”. Segundo o ministro, a recuperação “já começou no ano passado” e Portugal “tem todas as razões para estar confiante na retoma”. A economia “não está parada” e tem vindo a fluir através do investimento dos empresários portugueses que “não baixaram os braços à crise”.
Relativamente ao distrito de Setúbal, “caracterizou-se por alguns problemas, nos últimos tempos”, mas deu um “salto qualitativo importante”. Carlos Tavares acredita que o distrito “é capaz de atrair investimento”, não só nacionais, “como é o caso da Ambicare”, mas também de capitais estrangeiros. As PME’s têm vindo a crescer no distrito e no país e têm um “papel cada vez mais insubstituível”. Isto porque começam a apostar em “novas áreas de negócio aliadas à valorização ambiental”, mesmo quando “a conjuntura económica não é a mais atractiva”.
Por isso, o Governo decidiu criar o Sistema de Incentivo às Pequenas Iniciativas Empresariais (SIPIE), com uma dotação global de 5,5 milhões de euros. O SIPIE vai dar apoio financeiro às empresas que “pretendem desenvolver projectos inovadores em áreas como a segurança, higiene e ambiente”. A maior fatia deste bolo destina-se precisamente às iniciativas ambientais, com cerca de 3 milhões de euros.
Carlos Tavares visitou hoje a Ambicare Industrial, uma PME, situada no Parque Industrial da Mitrena, que se dedica ao tratamento de resíduos, como óleos isolantes, lâmpadas fluorescentes e resíduos de mercúrio. O ministro refere que projectos como este demonstram que “a economia e o ambiente não são inimigos, muito pelo contrário, devem ser aliados”. No entanto, reconhece que “há ainda muito para fazer” no sentido da prevenção, tratamento e valorização ambiental. “Não se basta somente tratar os resíduos, é preciso reciclar para contribuir para a valorização do ambiente”, refere.
O titular da pasta da Economia garante incentivos a quem se decidir por esta aposta e que o Governo “vai ser mais rigoroso com que as empresas” para que cumpram a legislação ambiental. Foi uma espécie de resposta à chamada de atenção deixada pelo administrador da Ambicare, António Costa de Almeida, que se mostrou preocupado por haver empresas que “não cumprem as leis em matéria ambiental” e “não são castigadas”.
António de Almeida refere como exemplo o facto de “não haver lâmpadas suficientes para laborar”, uma vez que “cinco milhões de lâmpadas, por ano, são enviadas para os aterros normais”. Uma situação que “não é compatível com a legislação”, nem com uma boa consciência ambiental que “todas as empresas deveriam ter”. O responsável da Ambicare diz mesmo que as próprias empresas do Estado “não cumprem” e exige que o Governo “aplique castigos aos prevaricadores”.
Isto porque a recolha inadequada de resíduos como as lâmpadas fluorescentes, que aparecem misturadas nos caixotes de lixo ou nos ecopontos, pode originar a quebra e libertar o mercúrio. Esta substância pode provocar “graves problemas de poluição” e representa mesmo um “perigo para a saúde pública”, tal como já tinha dito ao “Setúbal na Rede” Rui Berkemeir, da Quercus.
António de Almeida apela, por isso, às empresas que “não se deixem cair no facilitismo” e “adoptem políticas saudáveis para o ambiente”. Defende que na área da valorização de resíduos as organizações “têm o dever de procurar todos os recursos que a lei possibilita”.
A Ambicare Industrial é um projecto que nasceu há cinco anos com o objectivo de “aproveitar o aparecimento de nichos de mercado para preservação de recursos e tratamento de resíduos”. Em 2000 instalou-se na Mitrena e, desde essa altura, tem realizado actividades que estão “ligados à gestão de activos estratégicos de muitas empresas”. Presta serviços no âmbito do tratamento de óleos isolantes, descontaminação de equipamentos eléctricos contendo PCB, gestão de locais contaminados e possui ainda um centro de valorização de resíduos perigosos contendo mercúrio.
Euronavy aposta na internacionalização
O ministro da Economia visitou também Euronavy, situada em Vale de Mulatas, que desenvolve, produz e comercializa tintas e revestimentos para várias aplicações. A empresa aposta na “inovação” como “elemento fundamental para garantir competitividade”, refere o administrador António de Almeida. As mais altas tecnologias utilizadas permitem “pintar sobre superfícies húmidas e em condições adversas” e também produzir “tintas de aplicação subaquática”.
A Euronavy está a adoptar um modelo de internacionalização, através da presença em países como os Estados Unidos da América, China e Brasil. Em 2003, o peso da exportação da empresa foi de 90%. Os restantes 10% destinaram-se ao mercado nacional mas o director comercial da empresa, João Azevedo, garante que esta fatia “tem vindo a crescer substancialmente”, sobretudo a nível de serviços.
Para Carlos Tavares esta empresa é mais um “exemplo da dinamização que as PME’s estão a dar à economia portuguesa”. Os casos da Ambicare e da Euronavy demonstram, segundo o ministro, que “os empresários portugueses acreditam no pais” e “vão ser capazes de relançar a economia”.