IPS forma consórcio com instituições
de Ensino Superior
No próximo mês de Julho, o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) vai assinar um convénio de cooperação com a Universidade Nova e os institutos politécnicos de Lisboa e Santarém. Trata-se de uma iniciativa “inédita” em Portugal, no âmbito da nova legislação sobre a formação da futura Rede de Instituições de Ensino Superior. Depois do convénio, “o próximo passo vai ser a união destas instituições num consórcio público”, disse ao “Setúbal na Rede” a presidente do IPS, Cristina Figueira.
Pela primeira vez em Portugal, instituições universitárias e politécnicas vão unir-se em consórcios e o IPS faz parte da primeira experiência. O primeiro passo é a assinatura de um convénio, “no início do mês de Julho”, que vai “definir objectivos mais amplos para a futura formação do consórcio”. Trata-se de uma medida recentemente aprovada pelo Governo que pretende formar em Portugal a já referida rede de ensino que vai permitir uma “maior rentabilização de recursos”, embora esteja “salvaguardada a autonomia de cada instituição”.
Cristina Figueira defende que o consórcio entre o IPS, Universidade Nova e institutos politécnicos de Lisboa e Santarém vai trazer “muitas vantagens”, na medida em que possibilita uma “grande colaboração e coordenação entre instituições para a definição de projectos comuns”. Este consórcio vai ser uma instituição de “maior dimensão”, com “mais massa crítica” e, assim, com “maior visibilidade”. Isto porque permite a “coordenação de actividades de ensino”, entre as quais a realização de projectos de investigação “mais ambiciosos e inovadores”. Além disso, proporciona um “intercâmbio interessante e benéfico entre professores e estudantes”.
Primeiro Congresso do IPS debate ligação com a região
Pela primeira vez também, o IPS vai realizar um Congresso, nos dias 20, 21 e 22 de Maio, com o objectivo de, “não só comemorar os 25 anos de vida o instituto”, mas, sobretudo, debater “a participação do IPS no desenvolvimento regional”. Trata-se de um “papel importante”, pois o IPS “promove a criação de massa crítica nos jovens, através da formação” e “presta serviços à comunidade”.
O Congresso pretende ainda “mostrar publicamente o que o IPS faz” e que “uma das suas grandes apostas é articulação com a região”. Esta articulação é feita através do “estabelecimento de parcerias e interacções com as mais diversas entidades”, nomeadamente com o poder local e o tecido empresarial da região.
Cristina Figueira refere que foram 25 anos de “altos e baixos”, em que o IPS “cresceu, ganhou consistência e consolidou-se na região”. No início, o instituto era formado por apenas duas escolas e hoje tem cinco escolas, com 28 áreas diferentes de formação e mais de seis mil alunos, para além de um “grande e forte corpo docente”.
No entanto, o IPS, à semelhança de outras instituições politécnicas no país, está a ser alvo de “desinvestimento por parte do Governo”, através de cortes orçamentais significativos, que levaram o IPS a fixar uma propina de 700 euros. Uma situação que “afecta negativamente as contas do funcionamento administrativo do IPS”, mas que “não está a provocar, porém, problemas financeiros graves”. A comprovar isso está o facto de o IPS estar “em condições de construir duas novas escolas”. Trata-se da Escola de Tecnologia do Barreiro, para a qual já foi aberto concurso público, e a Escola de Saúde que está em “fase de conclusão do projecto”. No próximo ano, vai avançar a construção de novos refeitórios para o campus.
Em termos financeiros, o Governo está a preparar legislação no sentido de retirar a autonomia financeiras às escolas e passá-la novamente para os institutos politécnicos. A autonomia passaria a ficar centrada no IPS o que, no entender de Cristina Figueira, “não vai trazer consequências graves para as escolas”. Até porque “não é uma situação nova”, já que, neste momento, as verbas chegam directamente ao IPS que depois faz a distribuição. No entanto, a responsável considera que “é cedo para fazer muitos comentários”, pois a lei ainda vai ser debatida.
Livro retrata os 25 anos do IPS
“Instituto Politécnico de Setúbal: 25 anos a construir o futuro”, é o título do livro que vai ser lançado no primeiro dia do Congresso, e que “faz a retrospectiva da vida do IPS, comparando o presente com o passado”. A obra resulta do trabalho jornalístico, de recolha e de pesquisa de informações de dois jornalistas. Leonídio Ferreira, que também é professor da Escola Superior de Educação (ESE), e Jorge Andrade “ouviram testemunhos de pessoas da comunidade” e pessoas que passaram pelo IPS ao longo destes 25 anos, para além da pesquisa bibliográfica. O resultado foi um livro “muito bonito e muito bem conseguido”, com “condições de ser apreciado por todos”.