[ Dia 09-06-2004 ] – Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra teme fecho de estação dos CTT.

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Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra teme
fecho de estação dos CTT

A população das localidades de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra está preocupada com a possibilidade dos CTT acabarem com a Estação Móvel. Por isso, enviou um abaixo-assinado com cerca de 950 assinaturas à junta de freguesia (JF). O presidente da JF, Luís Custódio, esclarece que os CTT ainda “não fizeram nenhum avanço oficial”. Contudo, está a aproximar-se a época de férias e “pode não haver ninguém para substituir a actual funcionária”. O “Setúbal na Rede” apurou, junto dos CTT, que não vai ser encerrada nenhuma estação no concelho de Setúbal.

O presidente teme que a junta tenha de assegurar este serviço, caso a estação seja encerrada. Isto porque, a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) estabeleceu um protocolo com os CTT que “assegura o funcionamento do serviço, caso este se desloque”. Neste caso, os CTT “têm de contribuir apenas com 450 euros”, por mês, e “as estações passam a funcionar nas juntas”. Só que a ANAFRE “nunca ouviu a opinião das juntas nesta matéria”.

A ANAFRE, ao fazer este protocolo “à margem” das freguesias, “não teve em conta as especificidades de cada localidade”. Para cumprir isto “é necessário ter instalações”, o que esta freguesia “não tem”. Além disso, 450 euros pagam apenas “o salário de um funcionário”. Contudo estas localidades “precisam de, pelo menos, dois funcionários”.

Armando Vieira, presidente da ANAFRE, responde “com um sorriso” aos temores de Luís Custódio. Isto porque, a aplicação do protocolo é “voluntária”, ou seja “nenhuma junta é obrigada a negociar com os CTT”. Trata-se de um conjunto de normas de aplicação geral, e cada freguesia “pode fazer um contrato específico adaptado à sua realidade”. Os 450 euros “são um valor base” que reporta apenas a um funcionamento de três horas diárias. Por exemplo, “há juntas que recebem 1000 euros”.

A ANAFRE conta com 4250 freguesias e “não é possível contactar com todas”. Os associados delegaram, no actual conselho directivo, competências “para tomar este tipo de decisões”. Este protocolo está a ser um “êxito enorme” e “resolve muitos problemas”. Existiam muitas freguesias que “recebiam apenas nove euros dos CTT” por o contrato ser muito antigo. Com o protocolo, os CTT “comprometerem-se a rever esses contratos, no prazo de dois anos”.

Luís Custódio defende também que, devido à dispersão geográfica da freguesia, uma estação fixa “não corresponde às reais necessidades”. Os habitantes da Mourisca teriam de percorrer dois quilómetros e os da Gambia cinco. Trata-se de uma área essencialmente rural, com muita população idosa que “não tem meios para se deslocar”. A estação móvel funciona há 12 anos e “relativamente bem” com um sistema de paragens e horários pré-determinados.seta-7086257