Mata da Machada com plano
de prevenção de incêndios
A Mata Nacional da Machada, no concelho do Barreiro, já assegurou a protecção contra incêndios. A Câmara do Barreiro, a Direcção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste (DRARO) e a Marinha assinaram, hoje, em Vale do Zebro, um protocolo de cooperação “para defender a mata dos incêndios”. O protocolo visa ainda “a preservação do património arqueológico identificado”. Segundo o comandante José Goías, da Escola de Fuzileiros da Marinha Portuguesa, os militares “vão limpar a mata e fazer a manutenção dos caminhos”.
Trata-se de um protocolo “inovador”, em Portugal, que tem como objectivo promover “uma actuação integrada das entidades envolvidas”. Conforme o comandante Goías explica ao “Setúbal na Rede”, à Marinha cabe a limpeza e manutenção do espaço e “a disponibilização dos meios humanos e ferramentas”. A DRARO fica “responsável” pelo ensino técnico dos formadores da Escola de Fuzileiros. Posteriormente, este conhecimento “é ministrado aos alunos da escola”.
A Marinha vai ainda disponibilizar carros “para fazer o patrulhamento e retroscavadoras para a limpeza e manutenção dos caminhos” dos 386 hectares da Mata Nacional da Machada. A escola vai fazer isto “a custo zero” porque também “é utiliza o espaço para exercícios militares”. O combustível, os salários e fardamento de efectivos “ficam a cargo da Marinha Portuguesa” reforça o comandante José Goías.
A DRARO continua encarregada “de explorar a área de produção florestal e de proteger as culturas”. A autarquia é “responsável pela condução das operações”. A partir da assinatura do protocolo, a câmara pode conduzir de forma legal as actividades de prospecção e pesquisa arqueológica no forno encontrado há cerca de 20 anos naquele espaço. Também o edifício situado no interior do espaço florestal que promove e dá apoio às actividades relacionadas com a educação ambiental e cívica é responsabilidade da autarquia.
Situada entre as freguesias de Palhais e Coina, no concelho do Barreiro, a Mata da Machada conta com um forno do século XV. Supõe-se que faz parte de uma olaria da qual apenas foi escavado um forno. A sua localização explica-se pela grande abundância de lenha, combustível necessário para os fornos e pela proximidade do Complexo Real de Vale de Zebro, para o qual produzia formas específicas.
O calendário do protocolo ainda “não está definido”. Dentro em breve, a escola vai ser informada sobre a duração da formação e, só depois, “pode garantir a aplicação do protocolo, este Verão”. Mas o comandante Goías está “confiante” que a formação não vai ser longa, “no máximo três semanas”.
O “Setúbal na Rede” tentou ainda contactar o presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Emídio Xavier, e o responsável da DRARO, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.