[ Dia 11-06-2004 ] – Passagem desnivelada da Recosta arranca segunda-feira.

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Passagem desnivelada da Recosta
arranca segunda-feira

As obras para a construção da passagem desnivelada da Recosta, no Barreiro, vão inaugurar esta segunda-feira. Contudo, a primeira fase constitui apenas uma passagem provisória. Por isso, o vereador da CDU, Joaquim Matias, teme que esta situação “possa atrapalhar a electrificação do troço entre o Barreiro e o Pinhal Novo”, na Linha do Sado. A passagem “vai ser superior o que não corresponde aos anseios da população” garante José Custódio, da Comissão de Utentes do Terminal rodo-ferro-fluvial.

Joaquim Matias espera que as obras “não atrapalhem” a electrificação. Isto porque, “existem pressões para terminar com o caminho-de-ferro, no Barreiro”. O vereador explica ao “Setúbal na Rede” que há sinais “evidentes” destas pressões, como o futuro “encerramento das oficinas da CP” na cidade. Ou, “o cancelamento das ligações regionais”, bem como o desvio de alguns Intercidades para o Pinhal Novo. A obra peca “por ser tardia”, pois, em 1995, “o terminal devia ter sido inaugurado com todas as suas valências”.

Esta é também a opinião de José Custódio que aponta outro defeito à futura construção, o facto de ser superior. Uma passagem superior “traz menos vantagens” porque os peões vão ter de subir muitas escadas, o que “pode levar a que muitos continuem a atravessa a linha”. Assim, o problema fica “resolvido parcialmente” e José Custódio aponta os exemplos de outras passagens superiores que “não servem para nada”.

Além disso, “ainda não é desta que arranca a ligação directa entre o comboio e o barco”. As linhas já estão feitas, mas o desvio de tráfego só pode começar depois da construção da passagem desnivelada. Os utentes “continuam a ter de andar centenas de metros para chegar aos barcos” e, muitas vezes, “carregados com bagagem”. José Custódio defende que o atraso da passagem desnivelada “prejudicou o desenvolvimento da zona histórica e do comércio local”.

As obras do terminal ferro-fluvial do Barreiro começaram em 1989, com o aterro da zona que era envolvida pelo rio. A conclusão estava prevista para o princípio de 1992. No entanto, depois do aterro, as obras paralisam e apenas em 1994 retomam, quando se constrói a estação fluvial e parte dos acessos. Durante todo este período, a população subscreve abaixo-assinados que são entregues na Assembleia da República, no conselho de gerência da CP e no Ministério dos Transportes.

A inauguração aconteceu em 5 de Setembro de 1995 e, o então ministro dos Transportes, Ferreira do Amaral, promete construir a passagem desnivelada. Por fazer ficou também o prolongamento da Avenida da Liberdade no sentido sul do concelho, que juntamente com a passagem desnivelada completa as chamadas obras complementares do terminal. De igual modo, as linhas Caminho-de-Ferro não ainda não chegaram ao espaço que existe próximo da Estação Fluvial.seta-5586403