Festival de Almada realiza-se
apesar das dificuldades financeiras
A 21ª Edição do Festival de Almada começa no dia 4 de Julho, debaixo de muitas dificuldades financeiras. De acordo com o responsável do festival, o encenador Joaquim Benite, se “não existissem as parcerias” com diversas entidades, grupos de teatro e também com a Câmara de Almada, “teria sido muito difícil o festival acontecer”. O Teatro S. Luiz é a novidade das parceiras deste ano, que Joaquim Benite considera “muito importante”, acrescentando que a parceria “mais antiga é com o Teatro da Trindade”.
Joaquim Benite diz mesmo que o festival só acontece este ano “por causa das boas vontades”, mas isso “às vezes não chega”. Mesmo atravessando dificuldades financeiras, o festival “vai realizar-se”. O encenador salienta que existem “poucos festivais que conseguem resistir a muitos anos” e este “já vai na 21ª edição”. É preciso “continuar a apresentar a grande qualidade de teatro” que o festival tem tido.
Este ano, o Festival de Almada vai contar com a presença “de um grande homem do teatro, Roger Planchon”, refere Joaquim Benite. Várias companhias de teatro portuguesas e de outros países vão apresentar as diversas peças, em Almada e Lisboa.
Roger Planchon vai trazer ao Centro Cultural de Belém (CCB) uma peça de Thomas Bernhard, que se chama “Emmanuel Kant”. Segundo Joaquim Benite, esta peça “é muito importante” porque fala dos “vários problemas que existem no mundo”. O responsável do festival diz mesmo que Planchon “teve um papel importante no teatro”, pois “tem uma capacidade de intervenção muito grande”. Joaquim Benite acredita que Planchon “vai ter uma grande interpretação”, quando subir ao palco do CCB.
Em paralelo com o Festival de Almada vai existir uma exposição com “artistas plásticos e pintores que criaram os diversos estilos gráficos do festival” ao longo destes anos. O pintor convidado vai ser Armando Alves, “criador do grafismo deste ano do festival”, que vai “apresentar também uma exposição individual”. A exposição que vai estar patente na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, em Almada.
A 21ª Edição do Festival de Almada vai homenagear Dalila Rocha, fundadora do Teatro Experimental do Porto. Para Joaquim Benite esta “é uma homenagem muito bem feita” pelo facto de que Dalila Rocha “começou como actriz amadora, tal como a Companhia de Teatro de Almada”.
O vereador da Cultura, António Matos, considera “importante” que a Câmara Municipal de Almada seja uma das organizadoras, mas salienta que “o grande trabalho é das companhias de teatro”. O vereador diz que este festival “enriquece a paisagem cultural” do concelho de Almada.
A cidade de Almada “é uma cidade do teatro” e “ é muito importante, que as cidades não deixem morrer as riquezas que têm”, alerta o vereador da Cultura. António Matos diz que “já que se fala tanto de futebol nesta altura, vamos à festa que estamos todos convocados”
O Festival vai decorrer em Almada, na Casa da Cerca, na Escola D. António da Costa, no Fórum Romeu Correia e no Teatro Municipal. Em Lisboa as várias peças vão estar no Centro Cultural de Belém, no Teatro da Trindade, no Teatro Cornucópia, no Teatro S. Luiz e no Teatro Taborda. No festival vão estar presentes companhia de teatro de vários países, como Espanha, França, Itália, Republica Checa, Brasil, Marrocos e Argentina. O Festival de Almada começa a 4 de Julho e termina no dia 18 de Julho. 