Polis da Moita arranca até final do ano
As obras de requalificação da zona envolvente à Caldeira da Moita, no âmbito do Programa Polis, arrancam “no final deste ano”, com a intervenção na Avenida Marginal. Com um custo total de quase seis milhões de euros, o chamado “mini Polis” da Moita, integrado no Pró-Tejo – Programa de Valorização da Zona Ribeirinha – “tem de estar concluído até 2006”, disse ao “Setúbal na Rede” o presidente da Câmara da Moita, João Lobo.
A Caldeira da Moita e a área envolvente têm “espaços muito desqualificados e abandonados”, daí ter sido a área de intervenção escolhida para ser a face visível do Pró-Tejo. Ali existem fábricas antigas de cortiça “em avançado estado de degradação”, bem como “zonas de sapal com muito lixo”. A intervenção do mini Polis vai permitir requalificar toda a área compreendida entre a Escola Básica 2/3 Fragata do Tejo e o Lar Abrigo do Tejo.
O projecto é composto por “cinco grandes acções” que pretendem “recuperar áreas actualmente sem uso e em vias de degradação”, bem como “valorizar o núcleo original da vila da Moita”. Outros objectivos consistem na “qualificação de novas áreas urbanas” e a aproximação da população ao rio, enquanto espaço de lazer e fonte de recursos ambientais e paisagísticos.
A primeira obra, a começar ainda este ano, tem como objectivo “requalificar e reabilitar a Avenida Marginal”, através da “recuperação do espaço e da alteração do seu traçado”. A avenida vai ser prolongada, de forma a “resolver uma questão de acessibilidades” e transformá-la numa via de distribuição do trânsito local. Além disso, a alteração do traçado vai “afastar um pouco a avenida da Caldeira da Moita” e proporcionar “mais espaço para os peões circularem”.
O prolongamento vai ter cerca de 700 metros e vai passar mais perto do edifício da Câmara Municipal da Moita. A primeira fase das obras vai, precisamente, incidir na construção da nova via junto à câmara e a sua ligação a uma rotunda, perto da escola. Vai também ser construído o Passeio Marginal e do Campo da Feira, numa outra fase do Polis, que tem como grande objectivo uma “intervenção paisagística” e de “primazia aos peões”.
Outra intervenção no âmbito do Polis da Moita é a construção do Parque Urbano e Jardins do Estuário, junto à estrada do Rosário, que vai ser uma “espécie de observatório da natureza”. Ou seja, trata-se de um espaço que “se vai manter naturalizado, sem a colocação de relva”, para que as pessoas “possam ter contacto com a fauna e flora”.
As novas instalações do Centro Náutico Moitense, com “melhores condições para a realização das suas actividades”, vão ser construídas numa “área maior”, junto ao rio. O projecto está em fase de desenvolvimento e está a “estudar-se, em conjunto com o Centro Náutico, a melhor forma de fazer as coisas”. Para além de tudo isto, vão ser realizadas acções de sensibilização ambiental. No local onde vai ficar localizado o Centro Náutico “pode ser construído um Centro de Interpretação Ambiental”, destinado sobretudo à comunidade escolar.
A requalificação da zona envolvente à Caldeira da Moita é um dos vários projectos incluídos no Pró-Tejo, ou seja, o Programa Polis da Moita. Incluída na componente quatro do Polis, esta intervenção vai ter uma comparticipação do Governo de 3,8 milhões de euros. É uma “comparticipação especial”, explica João Lobo, já que estas verbas “estão incluídas em PIDDAC”. Com efeito, a componente quatro do Polis “é financiada de maneira diferente” das restantes componentes do programa, pois prevê a assinatura de um contrato-programa.
Há três anos, quando o projecto Pró-Tejo concorreu às verbas do Programa Polis, a Administração Central não aprovou a candidatura da Câmara da Moita. O Pró-Tejo foi remetido para a componente quatro do programa de requalificação das zonas ribeirinhas das cidades. Devido à “limitação financeira” e por ser uma componente que “dá primazia à requalificação urbana”, a autarquia “foi obrigada a escolher apenas uma área de intervenção”, ou seja, a zona envolvente à Caldeira da Moita.
Mas João Lobo não desiste do restante projecto que inclui intervenções na zona do Cais de Alhos Vedros, no Gaio Rosário e Sarilhos Pequenos. Para já, “não há qualquer previsão” de quando possam avançar estas intervenções, mas o autarca da Moita promete “procurar outras formas de estudo e de financiamento” para dar visibilidade a todo o projecto Pró-Tejo.