[ Dia 24-06-2004 ] – Ainda por resolver processo do jovem baleado nos confrontos.

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10 anos depois do bloqueio da Ponte 25 Abril
Ainda por resolver processo do jovem
baleado nos confrontos

Após dez anos da revolta da ponte, o processo de Luís Miguel, o jovem que foi baleado nos confrontos, continua por resolver. Luís Miguel disse ao “Setúbal na Rede” que “o processo-crime foi arquivado por falta de provas”. No entanto, o jovem aposta agora, sobretudo, no processo cível que “está a decorrer há três anos”.

No dia 24 de Junho de 1994 os protestos da ponte, que tinham começado no dia 21 devido ao aumento das portagens, intensificaram-se. Com a intervenção das forças policiais, houve apedrejamentos e foram disparados tiros. Já na madrugada do dia 25, Luís Miguel, que vinha de Lisboa, das festas dos Santos Populares, deparou-se com estes confrontos e, “no meio da confusão”, acabou por ser baleado. O tiro deixou Luís Miguel paraplégico. O jovem, na altura com 18 anos, sublinha que “foi apanhado no meio da confusão” e que “nada tinha a ver com os confrontos que estavam a acontecer”.

Luís Miguel iniciou então um processo-crime que acabou por ser arquivado “por falta de provas”. Isto porque, a bala que perfurou o corpo do jovem “não foi encontrada”. Deste modo, “não foi possível realizar a perícia balística” que iria permitir identificar a arma e o responsável que disparou o tiro.

Há três anos, Luís Miguel iniciou então um processo cível com o qual pretende obter uma indemnização “para diminuir as despesas”. Realça ainda que o único apoio que tem recebido “é uma pensão de invalidez no valor de 429 euros”, que “não é suficiente para quem se desloca de careira de rodas há dez anos”. Um processo que Luís confessa “não saber como, nem quando vai terminar”. A justiça “é muito lenta” e “demasiado burocrática”, refere.seta-8085815