Dias Pereira disputa liderança
da Comissão Política Distrital do PSD
José Dias Pereira vai disputar com Luís Rodrigues a presidência da Comissão Política Distrital (CPD) de Setúbal do PSD, no próximo dia 16 de Julho. Depois do actual presidente, Luís Rodrigues, ter apresentado a recandidatura, hoje Dias Pereira apresentou a lista “Eleger Setúbal” que tem como principal objectivo “fortalecer o distrito de Setúbal” para que “não continue a ser a eterna e incaracterística margem sul de Lisboa”.
A candidatura de Dias Pereira surge como um “imperativo de consciência”, pois acredita estar em “melhores condições” de responder ao repto lançado pelo primeiro-ministro e presidente do partido, Durão Barroso, na noite das eleições europeias, quando afirmou “ser necessário saber interpretar os sinais dados pelo eleitorado”. Dias Pereira acredita que “está na hora de mudar alguma coisa na atitude perante os problemas dos cidadãos e do país”, e, “porque não, do partido”.
Por isso, defende que a lista “Eleger Setúbal”, composta por pessoas “novas e descomprometidas”, com uma “atitude diferente perante a actividade política”, pode “colaborar melhor na interpretação dos sinais do eleitorado”. Esta é uma tarefa “necessária” já que o terceiro lugar alcançado pelo PSD no distrito de Setúbal, nas eleições europeias, “não está de acordo com as grandes aspirações do partido”.
Estes resultados “não servem ao partido” e defende que “não será assim que o PSD conseguirá colocar em prática os seus projectos para as autarquias”. No próximo combate autárquico, em 2005, acredita que o PSD tem “boas possibilidades de conquistar as câmaras de Sesimbra e de Montijo”. Mas não descura a hipótese de ganhar a câmara de Setúbal, pois “a maioria CDU está esgotada” e seria “impensável o regresso do Partido Socialista à autarquia sadina”. No entanto, o PSD necessitaria de um “forte candidato no concelho” para alcançar esse objectivo.
Já o actual presidente da CPD de Setúbal do PSD, Luís Rodrigues, acredita que os social-democratas têm “todas as condições” para conquistar a câmara da capital de distrito e também a de Sesimbra. A conquista destas autarquias é, de resto, um dos grandes objectivos da recandidatura de Luís Rodrigues, por isso garante que a CPD “vai começar o trabalho de preparação para as autárquicas assim que terminar este Verão”.
Caso vença as eleições para os órgãos distritais, no próximo dia 16 de Julho, Luís Rodrigues tem pela frente dois anos “difíceis” com três actos eleitorais – autárquicas, legislativas e presidenciais. As eleições autárquicas são consideradas as “mais complicadas”, já que em Setúbal o PSD nunca obteve nenhuma câmara. Relativamente às legislativas, o candidato espera que, a nível distrital, o partido “contribua para a vitória que se espera da coligação” entre o PSD e o CDS-PP.
Luís Rodrigues espera ser reeleito para a liderança da CPD de Setúbal do PSD para dar “continuidade ao trabalho positivo desenvolvido nos últimos quatro anos”. Garante ter condições para continuar na liderança pois o projecto que definiu “ainda não está concluído” e acredita que “vale a pena continuar”. Se isso acontecer, o candidato vai cumprir, segundo os estatutos, o seu último mandato, já que a mesma pessoa só pode candidatar-se por três mandatos consecutivos. De referir que a lista encabeçada por Luís Rodrigues mantém “grande parte dos nomes” que constituem a actual estrutura distrital.
Pensar mais nas pessoas e menos no betão
É à estrutura, “de um modo geral”, que Dias Pereira lança algumas críticas, sobretudo por se “preocupar excessivamente com o protagonismo e com o betão” e “não tanto com os problemas das pessoas”. Por isso, propõe-se a “devolver a voz às pessoas, a ouvi-las” e a “levar mais longe o nome de Setúbal” de modo a fortalecer o distrito.
Por outro lado, enquanto Luís Rodrigues defende que nas autárquicas será a CPD a “assumir todas as competências que os estatutos conferem quanto à elaboração das listas”, Dias Pereira quer desenvolver um relacionamento com as concelhias “homogéneo e uniforme”. Isto porque são as pessoas das concelhias que “conhecem o terreno, as pessoas, os problemas e tantas vezes as soluções”. Por isso, têm de ser apoiadas e “precisam de exposição pública”, pois podem, “com mais êxito”, apresentar “alternativas credíveis nas suas freguesias e câmaras”.
Este é o papel que a lista “Eleger Setúbal” considera que deve caber à Comissão Política Distrital “e não ser o actor principal, resistindo a protagonismos fáceis”. No entender de Dias Pereira, a CPD deve “travar combates nas eleições com expansão nacional” e “organizar a actuação dos deputados”. “É nesse campo que deve empenhar-se”, refere.
No plano estratégico, o candidato não vê razões para não manter, nas próximas autárquicas, a coligação com o CDS-PP. É mesmo intenção da lista “Eleger Setúbal” manter e “aprofundar as relações com o parceiro de coligação”. Por outro lado, condena as “coligações de facto com outros partidos à esquerda”, que “não fortalecem o desejo” de o PSD ser, a nível distrital e nas autarquias, “uma alternativa credível”.