Atletas do distrito nos Jogos Olímpicos
Velejadores portugueses querem superar Sidney
A dupla de velejadores do Clube de Vela do Barreiro (CVB), Álvaro Marinho e Miguel Nunes, “quer obter pelo menos o 5.º lugar” na prova de Vela, nos próximos Jogos Olímpicos. A participação em Sidney, há quatro anos, “estava fora dos planos” da dupla e a boa classificação “foi uma completa surpresa”, como confessa Álvaro Marinho. Por isso, em Atenas 2004 querem atingir, pelo menos, “a boa marca de Sidney”, pois “é sinal de evolução”.
Miguel Nunes completa 28 anos durante os jogos, e uma boa classificação “era uma boa prenda”. Álvaro Marinho e Miguel Nunes estão no 3.º lugar no ranking mundial mas os atletas australianos, suecos e americanos “são grandes opositores” aos objectivos da dupla. Contudo, as pré-olimpíadas, em Atenas, “correram bem”. Em 2002, ficaram em 2.º lugar, e em 2003 em 10.º porque tiveram “alguns azares”, como partir o mastro, o que na modalidade de Vela “é comum”. As pré-olimpíadas servem “para conhecer o campo de regata e as suas manhas”.
Ao contrário do que aconteceu na primeira participação em Jogos Olímpicos, há quatro anos, a dupla qualificou o país na primeira tentativa durante o Europeu em Itália, em 2002. Depois garantir o apuramento de Portugal, ficaram “descansados e sem stress” e as provas “correram melhor” porque, pelo menos, “estava garantido que Portugal podia ir”.
A dupla representa o CVB, cuja dimensão a nível nacional e internacional “é pequena”. A cidade tem uma zona ribeirinha “excelente”, com “as condições ideias para praticar Vela”, apesar do Barreiro não ser normalmente associado a esta modalidade. Álvaro Marinho destaca que um dos objectivos da dupla é, exactamente, “mostrar que a Vela não é uma modalidade de elite”.
Álvaro Marinho nasceu no Barreiro, mas Miguel Nunes é lisboeta. A oportunidade de representar o CVB surgiu “após um convite da câmara” e arranjar apoios e patrocínios “é muito difícil”, conforme explica Miguel Nunes. Por isso, o convite “foi aceite de imediato”. Além disso, como participam em muitas provas internacionais, o nome do clube “começa a surgir”. O CVB conta ainda “com pessoas com vontade de evoluir”.
Apesar de estarem satisfeitos com a participação nas olimpíadas, estes jogos “podem não ser tão interessantes como os anteriores”. Miguel Nunes explica que a primeira experiência “é sempre a mais intensa por ser novidade”. A organização destes jogos também “não vai ser brilhante, como a de Sidney”. Atenas “é confusa” e “está um verdadeiro caos por causa das obras”.