[ Dia 28-07-2004 ] – A conservação da natureza está de luto.

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Dia Nacional da Conservação da Natureza

A conservação da natureza está de luto

A conservação da natureza “está de luto, não só por ter ardido” o Parque Natural da Arrábida (PNA), como também o Parque Nacional da Peneda – Gerês (PNPG), refere o presidente da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), José Manuel Alho, ao “Setúbal na Rede”. Neste dia “não estamos em comemoração”, pois com “estas catástrofes é preciso tirar ilações e ensinamentos”, para que no futuro “não voltem a acontecer”.

José Manuel Alho refere que o Parque Natural da Arrábida “é a jóia da coroa” e que com este incêndio “aconteceram perdas irreparáveis, a curto e médio prazo”. Por isso mesmo “é urgente, que se reflicta no conjunto” e “não isoladamente”, todas estas situações.

As políticas do Governo “não são as melhores”, no que dia respeito à conservação da natureza, critica José Manuel Alho. O presidente da LPN lamenta que o Estado “se tenham esquecido” e que “ponham à frente outras prioridades”. Neste Dia Nacional da Conservação da Natureza, a Liga para a Protecção da Natureza “quer denunciar todos estes casos” e “fazer um pedido de socorro” aos governantes do país.

Depois “da tragédia que aconteceu”, no Parque Natural da Arrábida “é preciso urgentemente apurar responsabilidades”. José Manual Alho refere que “não foram tomadas as medidas certas”, para “evitar o incêndio”, visto que dias antes “houve um alerta” da Direcção Geral de Saúde (DGS), que “iria haver uma onda de calor”. Segundo o presidente da LPN, a alteração das condições climatéricas “podem originar um incêndio”, por isso questiona “porque não houve informação junto do público”.

Outra das críticas da LPN é o facto de o ano passado, o Governo ter apontado, como as principais razões, das causas de incêndios “as condições climatéricas” e este ano “volta-se a cometer os mesmos erros, não fazer nada”. José Manuel Alho critica também, que “só foi pedido ajuda à comunidade internacional, depois “da Serra da Arrábida estar destruída”.

Neste momento “é preciso reflectir, o que se vai fazer para recuperar o que foi perdido”, como por exemplo “o solo”, que com as primeiras chuvas “podem provocar a erosão da vegetação”, explica José Manuel Alho.

Para o presidente da LPN “ainda é prematuro dizer”, que a candidatura da Serra da Arrábida, a Património Mundial “possa estar em causa”. José Manuel Alho explica que “ainda tem que ser analisadas muitas situações”, como por exemplo “avaliar o impacto”, que teve o incêndio, como também “as ideias para a recuperação da flora e do solo”. Tem que se ter em conta, que por parte da UNESCO “existem dez bens”, para que a Serra da Arrábida “possa ser considerada” Património Mundial.seta-4695175