Festival Músicas do Mundo ajuda a promover
o turismo em Sines
O Festival Músicas do Mundo (FMM), abre amanhã, em Sines, e tem como “principal novidade” um novo palco situado junto à Praia Vasco da Gama. As expectativas para mais uma edição são “excelentes” e o director de produção, Carlos Seixas, espera mesmo que seja “ultrapassado o número de visitantes do ano passado”. Para já fica a certeza de que este evento é uma “boa forma de promoção turística e cultural”, com “influência na economia do concelho”.
O Castelo de Sines recebe, entre 29 e 31 de Julho, aquele que é considerado por Carlos Seixas “o acontecimento cultural de maior relevo, quer para o concelho, quer para a região”. Durante três dias, os visitantes vão poder “conhecer outras culturas” e “as melhores músicas que se produzem no mundo”. Aqui, não é propriamente o produto mais comercial que vai animar os palcos, mas sim a chamada ‘world music’, a música tradicional e o folk, para além do jazz e dos blues.
Já passaram pelo FMM, desde a sua criação em 1999, mais de 50 mil visitantes. No ano passado, “no pico do festival, estiveram, em média, mais de cinco mil pessoas dentro do castelo”, a assistir aos concertos. Fora do castelo, estiveram “mais de três mil pessoas, por dia,” a assistir aos concertos através dos ecrãs gigantes montados pela Câmara de Sines, para “colmatar a falta de espaço no recinto”.
Este ano, o FMM terá, também, um segundo palco junto à Praia Vasco da Gama. É aqui que terá lugar a iniciativa “FMM After- hours”, para “aqueles que se quiserem divertir pela madrugada”, após terminarem os concertos no palco principal. Outra “iniciativa paralela” do evento, que se realiza na Capela da Misericórdia, são as conversas entre alguns músicos do festival e o público. O reforço destas iniciativas paralelas foi, também, uma “aposta” para este ano.
Para além da importância cultural do evento, são “notórios os benefícios a nível turístico e económico” para o concelho. É sintomático o facto de, “a alguns dias da realização do evento”, Sines já estar “repleta de gente”. São milhares de pessoas que vêm assistir ao festival e que “aproveitam para conhecer as potencialidades turísticas do concelho”. O comércio e a indústria hoteleira “saem também beneficiados”.
Em termos de orçamento, o director de produção, explica que o festival está “a cumprir o objectivo” de ser “cada vez mais auto-sustentado”. Isto é, o festival “tem cada vez menos peso no orçamento da Câmara de Sines”, porque têm vindo a “aumentar o número de patrocínios e apoios das empresas”. Este ano “não foi excepção” e, “grande parte dos 300 mil euros do investimento no evento”, foram suportados por esses patrocínios.
Ronda dos Quatro Caminhos abre FMM
O festival no Castelo de Sines abre, amanhã, às 21h30, com a actuação do projecto “Terra Abrigo”, dos portugueses Ronda dos Quatro Caminhos. Este é considerado um dos projectos “mais ambiciosos” da história da música tradicional portuguesa e junta em palco uma orquestra e seis grupos corais. Às 23h00, em “estreia absoluta” em Portugal, actuam os Warsaw Village Band, da Polónia, que são a “revelação do circuito das músicas do mundo, em 2004”.
O palco do castelo recebe, no segundo dia, o brasileiro Tom Zé, também pela primeira vez em Portugal, e a grega Savina Yannatou, “uma das maiores cantoras europeias”, actualmente dedicada ao cancioneiro do Mediterrâneo. A fechar o festival, no sábado, vai estar o nigeriano Femi Kuti, “uma das maiores figuras da música africana actual”.