[ Dia 06-08-2004 ] -PNA vai reparar prejuízos de concessionários da Figueirinha e Galapos.

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PNA vai reparar prejuízos de concessionários
da Figueirinha e Galapos

O concessionário da Praia da Figueirinha, Rui Figueiredo, queixa-se dos “elevados prejuízos” causados pelo encerramento da estrada entre o Outão e o Creiro, na Serra da Arrábida. O encerramento deste troço, devido ao risco de queda de pedras, está a impedir milhares de pessoas de frequentarem as praias da Figueirinha e Galapos e os bares e restaurantes “não têm clientela”. No entanto, o Parque Natural da Arrábida (PNA) “já se comprometeu em reparar os prejuízos dos concessionários”.

Rui Figueiredo é proprietário do restaurante da Figueirinha e confessa estar a atravessar um “momento financeiro complicado”. A praia está deserta, os nadadores-salvadores foram suspensos e o restaurante e parque de estacionamento estão vazios. É este o cenário que, segundo Rui Figueiredo, se pode encontrar na Figueirinha. Apesar de o restaurante poder continuar aberto, os 30 empregados estão a ter uma espécie de férias forçadas já que “não se vai fazer negócio, nos próximos tempos”

São “muitos prejuízos financeiros” para os concessionários das praias em causa, sobretudo porque “ainda não há qualquer previsão para a reabertura da estrada”. A gravidade da situação levou a directora do PNA, Madalena Sampaio, a reunir com os concessionários lesados. Rui Figueiredo revela que o PNA “comprometeu-se em reparar os prejuízos” e tentar “minimizá-los”. O PNA terá, ainda, garantido que “há uma solução em estudo”, que passa pela “cedência de um espaço” para os concessionários continuarem a exercer a sua actividade até à reabertura da estrada.

No entanto, Rui Figueiredo não pode adiantar muito mais, para já, pois “decorrem ainda negociações com o PNA”. “Resta somente esperar que sejam feitas as obras de consolidação das falésias”, acrescenta. Segundo informações que obteve de Madalena Sampaio, refere que o PNA “está a desenvolver todos os esforços” para que essas obras “sejam adjudicadas o mais depressa possível”.      

Mas não são apenas os concessionários que sofrem os prejuízos do encerramento da estrada entre o Outão e o Creiro. A empresa Transportes Sul do Tejo “foi obrigada a suspender as carreiras para a Figueirinha” e “também o serviço de carreiras até ao Outão, contratado pela Câmara de Setúbal”. Trata-se de um serviço gratuito para os banhistas, de modo a evitar o excesso de tráfego na zona da Figueirinha.

O administrador da transportadora, António Correia de Sampaio, refere, ainda, ao “Setúbal na Rede” que a empresa “está a proceder a uma avaliação dos prejuízos e ao número de pessoas afectadas pelo corte das carreiras”. A situação é “ainda mais grave” pelo facto de não haver previsão para a reabertura da via. No entanto, António Sampaio garante que a TST “está a acompanhar, junto das entidades competentes, o evoluir da situação”

Risco de queda de pedras motivou encerramento do troço

O “risco iminente de despreendimento de pedras”, que pode “colocar em perigo a segurança das pessoas”, foi a razão que levou o Instituto das Estradas de Portugal (IEP) a encerrar aquele troço da EN 379-1. O “Setúbal na Rede” contactou o IEP que nos remeteu esclarecimentos por escrito. Segundo o organismo responsável pelas infra-estruturas rodoviárias, em Portugal, “ainda não há data prevista para a reabertura ao tráfego”. Isto só poderá acontecer “quando já não houver qualquer perigo para as pessoas”.

Rui Costa, do Centro Distrital de Operações de Socorro, refere que em condições normais, “qualquer falésia apresenta perigo de queda de pedras”. Mas, “com o aquecimento e, mesmo, a fractura de rochas”, provocados pelo último incêndio na Arrábida, “a perigosidade aumentou”. Durante o incêndio, “houve a queda de muitas pedras”, o que impossibilitou a circulação na estrada. A via foi limpa e reaberta mas, a avaliação das condições no terreno permitiu concluir que “não há segurança para as pessoas”. A situação “tende a agravar-se com a chegada das primeiras chuvas”, refere Rui Costa.    

No entanto, o concessionário da Praia da Figueirinha denuncia que o alerta para a queda de pedras na estrada “já foi dado há mais de dois anos para o IEP e PNA”. “Não chegou a ser feito nada, na altura certa”, refere, e a situação “agravou-se” com o último incêndio na Serra da Arrábida. “Só agora, o PNA deverá avançar com as obras de consolidação das falésias”, refere Rui Figueiredo.

O “Setúbal na Rede” apurou, ainda, junto do IEP que este organismo já elaborou um “estudo prévio e relatório de diagnóstico e soluções de reforço das falésias da Serra da Arrábida”. O relatório “está a ser analisado pelo Instituto de Conservação da Natureza”. Além disso, já ontem, o presidente da Câmara de Setúbal, Carlos de Sousa, tinha dito ao nosso jornal que o PNA está prestes a dar parecer a um estudo, da mesma natureza, realizado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

O “Setúbal na Rede” tentou contactar a directora do Parque Natural da Arrábida, Madalena Sampaio, mas as muitas tentativas realizadas revelaram-se infrutíferas.seta-6009332