Revisores da CP querem mais segurança
No próximo Domingo, os revisores da CP das linhas suburbanas da grande Lisboa, inclusive os da Linha do Sado, vão fazer greve. O objectivo “é pressionar a empresa a assegurar-lhes condições de segurança”, durante o horário de trabalho. O presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Armando Pereira, conta ao “Setúbal na Rede” que a situação na Linha do Sado “não é preocupante, embora ocorram situações pontuais”.
As agressões nos comboios “têm vindo a agravar-se nos meses de Verão”. A Linha do Sado foge à tendência verificada nas linhas de Sintra e Cascais. Isto deve-se ao facto das forças de segurança “darem uma resposta quase eficaz aos problemas levantados”. Armando Pereira acrescenta que o protocolo entre a CP e a PSP do Barreiro “permite um bom acompanhamento”. Contudo, com a proximidade das Festas da Moita, os revisores acreditam que “vão surgir algumas situações principalmente nas estações da Baixa da Banheira, Alhos Vedros e Moita”.
Na delegação do Barreiro do Sindicato Nacional de Ferroviários, o “Setúbal na Rede” foi informado de que, nos últimos meses, “tudo tem corrido bem” na Linha do Sado. Nesta delegação explicam o fenómeno com “a supressão dos comboios da meia-noite e da uma da madrugada”. Devido às obras de modernização da linha, as carreiras são feitas de autocarro o que “minimiza o risco”. No entanto, a 4 de Setembro, a circulação na linha é restabelecida integralmente, o que quer dizer que “as situações habituais, durante o período nocturno, podem voltar”.
Os trabalhadores querem que o Governo “cumpra integralmente as promessas eleitorais de aumentar a segurança dos revisores e passageiros”. Nas horas nocturnas é “frequente” gerarem-se situações de violência, principalmente “por falta de bilhete válido”. Muitas vezes os “agitadores” “funcionam em grupo”. Assim, é preciso “uma maior integração no policiamento”. Apesar de reconhecerem que a CP “gasta uma verba considerável com o policiamento”, garantem que esse “não tem o retorno necessário”. Nos últimos meses, a CP tem recorrido até a segurança privada e a medida “melhorou um pouco as condições de segurança”.
O sindicalista prevê uma adesão à paralisação perto dos 100%, o que poderá levar “à supressão de alguns comboios e ao atraso de outros”. “É obvio que isto vai causar transtorno à empresa”, mas o objectivo dos revisores “não é paralisar os comboios, mas sim chamar a atenção para o problema”. Por isso, “estão garantidos os serviços mínimos”. O Setúbal na Rede”contactou a CP para obter esclarecimentos acerca da alegada falta de segurança nas linhas suburbanas da grande Lisboa. O relações públicas da CP, Valdemar Abreu, esclareceu que a empresa “não faz comentários às situações relatadas pelos revisores”.