[ Dia 16-08-2004 ] – Trabalhadores da Soflusa aderem em massa à greve

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Trabalhadores da Soflusa aderem em massa à greve

A circulação de catamarãs entre o Barreiro e Lisboa esteve “completamente parada”, entre as seis e as oito da manhã, nos dois dias de greve decretados pelos trabalhadores. O representante do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), José Manuel Oliveira, garante que os trabalhadores, de todas as áreas, aderiram “a 100% a estas paralisações”. Número que difere do avançado pelo representante da Direcção de Pessoal, Jorge Laranjeira, que garante que os pessoal de bordo “aderiu em 95% e o comercial em 70%”.

José Manuel Oliveira explica que durante o período da tarde “foi mais difícil paralisar totalmente” porque os turnos “não são coincidentes”. Aliás, os passageiros que circulavam na estação do Terreiro de Paço, às 16 horas, de sexta-feira, não se aperceberam da greve, pois o catamarã das 16 horas e 30 minutos partiu sem atrasos. Em relação à discrepância na adesão das diversas áreas da Soflusa, Jorge Laranjeira explica que os trabalhadores da exploração fluvial “são mais acompanhados por sindicatos”. Por isso, “é normal que aderiam em maior número”.

Quanto ao impacto financeiro da greve, a Soflusa não fornece dados sobre os gastos relacionados com o aluguer de autocarros para transporte de passageiros, nem o número de passageiros transportados. Contudo, Jorge Laranjeira esclarece que o agravamento causado pela necessidade de fretar autocarros “é compensado pela não realização das carreiras de catamarã” já que “se poupa combustível”.

O impacto no número de bilhetes vendidos “é mínimo”. Isto porque, durante o mês de Agosto, “há menos passageiros”, o que “diminui o número de bilhetes comprados directamente na bilheteira”. Além disso, as bilheteiras reabriram às oito horas “o que também favoreceu a empresa”, já que os passageiros esporádicos costumam usufruir dos catamarãs “precisamente a partir dessa hora”. Quem decidiu fazê-lo mais cedo “viajou gratuitamente”. Segundo este responsável, os utentes “não apresentaram muitas reclamações” porque o sistema de transporte alternativo funcionou “muito bem”.

Para as 14 horas de hoje está marcado um plenário na estação fluvial do Barreiro para discussão “de eventuais novas formas de luta”. José Manuel Oliveira adianta que, até agora, “a empresa não tentou contactar os trabalhadores para negociar as reivindicações”. “Desde 28 de Junho que é assim”, acrescenta. Contudo, “é possível que o venha a fazer nos próximos dias”. Esta é a segunda paralisação, de duas horas por turno, que ocorre em menos de uma semana e visa exigir aumentos salariais, a discussão do regime remuneratório de novas categorias profissionais e a formação profissional na revisão do Acordo de Empresa. A greve termina hoje às 18 horas.seta-7898806