Água das praias do Barreiro continua imprópria para banhos
O controlo habitual de qualidade das águas estuarinas revelou que a água das praias do Barreiro continua imprópria para banhos. Apesar destas praias não serem consideradas, por lei, como zonas balneares a autarquia resolveu alertar a população porque “há risco para a saúde pública”. O delegado de saúde do Barreiro, Mário Durval, explica que “os parâmetros analisados ultrapassam todos os valores estabelecidos por lei”.
Quando o calor aperta é frequente vermos os barreirenses nas zonas de areal de Palhais, Clube Naval, Barra-a-Barra e Copacabana. Os mergulhos também são prática comum. Contudo, o delegado de saúde do Barreiro garante que “há muitos anos que a população é informada que a água não tem condições”, mas “continua a frequentar as zonas de areal”.
Mário Durval explica que “há risco de serem contraídas várias infecções”, principalmente na pele. Mário Durval acrescenta que a causa da má qualidade da água “já é conhecida há muito tempo”. Não existe estação de tratamento de esgotos no concelho do Barreiro, ou seja “os esgotos são despejados directamente no rio”. Os parâmetros bacteriológicos analisados foram os coliformes totais e fecais, as salmonelas e o PH. Em todas as praias analisadas “foram ultrapassados os valores máximos recomendados e admissíveis por lei”.
Fonte do Gabinete da Presidência confirma este problema e adianta que o Sistema Multimunicipal de Tratamento de Águas (SMTA) e a Estação de Tratamento de Águas Residuais Barreiro/Moita (ETAR), ambos planeados, “podem vir a melhorar a qualidade da água do rio”. O concelho do Barreiro “tem muito a ganhar com a melhoria das praias” porque “a autarquia quer desenvolver o potencial turístico da cidade”. O Barreiro tem uma zona ribeirinha “grande” e “com um recorte lindíssimo”.
O vereador comunista, Joaquim Matias, argumenta que “não há vontade política para fazer a ETAR”. Os sucessivos Governos PS e PSD “têm adiado estes projectos”. Por exemplo, há um projecto para uma ETAR no Barreiro desde 1976. Os fundos de coesão da União Europeia “comparticipam estes equipamentos”, mas “eles não avançam”. Joaquim Matias confirma ao “Setúbal na Rede” que “não há nenhuma data oficial para avançar com a ETAR”. O SMTA “tem alguns assuntos por resolver e também não há data para começar”.
O delegado de saúde do Barreiro sublinha que a apanha de bivaldes foi proibida, mas “há pessoas que desrespeitam a interdição”. A placa que alertava para o perigo “foi deitada abaixo e acção policial de fiscalização nem sempre é eficaz”. Esta situação é mais “perigosa” do que os mergulhos no Tejo porque “os bivaldes que são apanhados são para venda”.