ASSENTO PARLAMENTAR
por Joel Hasse Ferreira
(Deputado do PS eleito pelo distrito de Setúbal)
José Sócrates
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A candidatura de José Sócrates a secretário-geral do PS corresponde a uma necessidade de, perante a crise aberta com a demissão de Ferro Rodrigues, eleger um líder que promova a renovação partidária e reposicione os socialistas na vida política nacional, após a confiscação ”institucional” da vitória eleitoral claramente obtida nas europeias. E só uma candidatura com uma proposta de esquerda moderna, propondo novas, actualizadas e eficazes linhas estratégicas para o desenvolvimento do país merece uma aceitação generalizada por parte não só dos militantes do PS como por parte da maioria dos eleitores portugueses, completamente fartos do governo de Santana e Portas.
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Decorre desse posicionamento político a necessidade de propor linhas estratégicas actualizadas cuja aplicação permita nomeadamente acelerar o desenvolvimento económico nacional, o que passa pela necessidade de reforçar a componente tecnológica no mundo empresarial, através de um verdadeiro salto qualitativo.
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A actualizada aplicação da Estratégia de Lisboa necessita não só de um esforço aprofundado na qualificação das pessoas que estão/procuram entrar no (ou voltar ao) mercado de trabalho como de um verdadeiro choque tecnológico nos sistemas produtivos empresariais e na própria Administração Pública. Pelo que a proposta de José Socrates de um Plano Tecnológico tem enorme relevância e pode forçar o salto qualitativo que a economia portuguesa necessita para poder produzir mais riqueza e retomar a rota da convergência real com as economias mais avançadas da Europa. Não se trata de retórica mas de fazer avançar a economia, produzindo mais para distribuir melhor.
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Durante dois anos, o Governo paralisou o processo de dinamização das energias renováveis, criando condições para o incumprimento do que no plano europeu foi estabelecido neste domínio. Um sistema de financiamento de novos projectos eólicos e noutras áreas das energias renováveis foi constituído, durante a governação socialista, pela Fundação Gulbenkian, por diversos bancos e por outras instituições como o Instituto de Gestão dos Fundos de Capitalização da Segurança Social. Nos último dois anos, o Executivo das direitas paralisou este processo, apesar do seu interesse evidente, provocando um atraso eventualmente irrecuperável no que toca ao cumprimento das regras acordadas no plano europeu quanto ao peso das energias renováveis a serem lançadas na rede. Também aqui o Governo Durão/Ferreira Leite/Carlos Tavares não entendeu a importância da tecnologia no desenvolvimento económico e na defesa do ambiente.