[ Dia 27-08-2004 ] – Freguesia de Santana contra mudança do balcão dos CTT

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Freguesia de Santana
contra mudança do balcão dos CTT

Os autarcas de Sesimbra temem que os CTT transformem o balcão de Santana numa loja associada a uma seguradora. Os autarcas locais não concordam com esta intenção porque “a freguesia tem mais de 20 mil habitantes” e “justifica plenamente a manutenção do balcão”. O presidente da Junta de Freguesia do Castelo, António Gomes, conta ao “Setúbal na Rede” que a junta já deu parecer desfavorável à Autoridade Nacional das Comunicações (ANACOM). O director de comunicação dos CTT, Miguel Garção, garante que “a empresa não vai abandonar a população”.

Desde Fevereiro deste ano, que os autarcas do concelho conhecem esta intenção. Nessa altura, a Câmara Municipal de Sesimbra e a junta “comunicaram à ANACOM que não concordavam com a mudança” e deram, inclusive, “um parecer desfavorável à mudança”. Esta atitude dificulta a autorização da ANACOM para a alteração do estatuto jurídico do actual serviço.

No entanto, Miguel Garção explica que “não há perigo de encerramento do balcão” e que “a ligação à seguradora já existe há muitos anos”. O Grupo CTT “está a alargar a sua área de negócio no ramo dos seguros”, por isso “aumentou a parceria com a seguradora Fidelidade/ Mundial”. O objectivo “é apenas oferecer mais serviços aos clientes da empresa”.

O Grupo CTT “não abandona as populações”, sublinha Miguel Garção. Apesar desta vontade, “o grupo tem de reconhecer que o tráfico postal tem vindo a diminuir” devido às novas formas de comunicação, como o e-mail ou o fax. Assim, o grupo “tem de garantir a sustentabilidade económica e precisa de redefinir a necessidade de alguns balcões”.

A junta argumenta que Santana “é uma área residencial em expansão que já conta com 20 mil habitantes”. Além disso, durante o período de Verão “a população quase que atinge os 50 mil habitantes” devido ao regresso dos imigrantes e aos turistas. O eixo Almoínha-Cotovia-Santana “é o mais populoso do concelho e apresenta sinais de poder crescer ainda mais”. Aliás, a junta já tinha “solicitado um novo balcão na Cotovia”. Miguel Garção conta que este balcão “não está previsto” e, por ora, os CTT “só abrem novos estabelecimentos em zonas habitacionais novas”.

Um dirigente da Comissão Política Concelhia do PCP de Sesimbra, Jorge Amorim, conta que o actual balcão “é insuficiente” e que “as filas para acesso ao serviço são frequentes”. “Há um grande descontentamento em relação ao funcionamento do balcão” e no final de cada mês “os problemas adensam-se” porque os pensionistas recebem nessa altura. As populações mais rurais de Caixas, Alfarim, Aldeia do Meco, ou da Azóia têm de se deslocar pelo menos 11 quilómetros para poderem usufruir deste serviço. Por isso “não faz sentido reduzi-lo ainda mais”.

Oficialmente ainda nada está decidido e os moldes de funcionamento também não são conhecidos, mas a Comissão Concelhia do PCP teme que a entrega a privados “degrade ainda mais o serviço”. Jorge Amorim explica que “há assuntos que têm de ser tratados directamente com os CTT” e, nesse caso, “as pessoas têm de se deslocar a um balcão mesmo da empresa”. Ou seja, a população terá de ir a Sesimbra. seta-8371349