[ Dia 31-08-2004 ] – Trabalhadores da Soflusa desconvocam greve

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Trabalhadores da Soflusa desconvocam greve

Os trabalhadores da Soflusa aceitaram, esta tarde, as propostas da empresa. O aumento salarial deste ano vai ser de 2%, o que satisfaz a Soflusa. Em troca, os sindicatos conseguiram estabelecer um seguro de saúde e ainda subir os prémios de catamarã e de assiduidade. Por isso, as greves agendadas para esta semana foram desconvocadas. O administrador da Soflusa, João Franco, mostra-se “satisfeito”, pois “acabou-se com uma situação que era desconfortável para os passageiros”.

Os sindicatos reivindicavam, de início, um aumento salarial de 3%. A empresa contrapôs uma proposta de aumento de 2% porque “os salários e outras contrapartidas exigidas pelos sindicatos representam um aumento de mais de 6%”. O presidente do Sindicato dos Transportes Fluviais (STFCMM), Albano Rita, explica que a abertura da Soflusa ao diálogo fez com que os funcionários “quisessem analisar as propostas da empresa”.

A Soflusa “comprometeu-se a subir o prémio de catamarã para 12,5%” sobre o vencimento base dos marinheiros, mestres e motoristas. O pessoal de terra também vai ver satisfeitas algumas reivindicações antigas. Por exemplo, a aproximação dos prémios de assiduidade dados ao pessoal de mar e de terra “vai ser acelerada com vista à convergência total”. Assim, em 2007 o pessoal de terra receberá o mesmo que o de mar, “o que representa uma diminuição em seis meses de espera”.

A empresa cedeu também na questão do seguro de saúde. Actualmente, a Soflusa “é a única empresa pública de transportes que não oferece um seguro de saúde aos seus funcionários”. Contudo, João Franco explica que o que a transportadora propôs “não foi um seguro de saúde”. A Soflusa está disposta, apenas, “a dar algum apoio em termos de medicina curativa” que “pode passar por ter um médico para encaminhar os funcionários”.

No dia 9 de Setembro regressam as negociações entre sindicatos e administração da empresa. O objectivo é legalizar estas deliberações. Contudo, João Franco, garante que “há outras questões que vão ser postas em cima da mesa”. “É preciso abordar a reorganização interna do trabalho”, sublinha o administrador. Para a empresa “não é desejável” que “alguns funcionários, em determinados períodos, não tenham nada para fazer”.

“Não se trata de reduzir o número de tripulações”, mas sim “encontrar formas de rentabilizar o trabalho” e de tornar a empresa “mais eficaz”. O administrador da empresa sublinha que “as receitas cobrem apenas um terço das despesas” e que “é vital encontrar formas de impedir esta situação”. seta-9084214